Maria Irenilda Perreira/Estado de Minas, Mateus Parreiras/Estado de Minas - Enviado Especial, João Vitor Marques/Estado de Minas
postado em 01/02/2019 15:20
Uma semana após a tragédia em Brumadinho (MG), um novo vídeo divulgado, na tarde desta sexta-feira (25/1), mostra o exato momento em que a barragem de rejeitos da Vale se rompe. As imagens foram divulgadas pela TV Globo.
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Nas imagens, é possível ver a área parada até o momento que, como uma forte onda, a lama destroi tudo que está na frente é começa a arrastar todo o local. Esta é a segunda imagem da destruição que surgem nesta sexta-feira.
Mais cedo, a TV Bandeirantes colocou no ar imagens (veja abaixo) que mostram a onda de rejeitos cercando a área por todos os lados. As imagens foram capturadas por uma câmera fixa no alto de um guindaste. Pessoas ainda tentaram sair da área atingida, mas os veículos desaparecem.
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Até agora, 110 pessoas morreram na tragédia na mina da Vale, no Córrego do Feijão, em Brumadinho.
114 km/h
Por meio de imagens que a Vale cedeu a autoridades, é possível averiguar que a velocidade da lama e dos rejeitos da barragem que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), era de 114km/h no começo do trajeto. A avalanche atinge uma pequena lagoa em 13 segundos, percorrendo 413 metros dentro do pátio da empresa. Em seguida, a velocidade se reduz em função de barreiras como árvores e construções.
Procurado pelo Estado de Minas, o ex-pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atual professor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Carlos Barreira, analisou as imagens. Segundo ele, uma avaliação apenas dos vídeos não permite precisar as razões do rompimento. É necessário, ainda, um estudo sobre dados mais específicos da barragem.
;Não tenho acesso aos dados de monitoramento, mas aparentemente colapsou sem das aviso. Então, mesmo que tivesse disparado sirene, ia pegar todo mundo no meio. É como se fosse uma bala perdida. Muito rápido;, avaliou Barreira.
De acordo com o pesquisador, a Vale pecou ao manter estruturas administrativas e o refeitório tão próximas da barragem, uma região considerada de risco. Segundo Barreira, a mineradora poderia, também, apresentar um sistema de prevenção mais eficiente. ;O que a Vale poderia ter feito? Um sistema de monitoramento mais apurado, mais sofisticado;, completou.