O Ibama realizava um levantamento técnico sobre os impactos da tragédia de Brumadinho na fauna no Rio Paraopeba, quando a equipe de agentes se deparou com dois corpos.
O trabalho de busca pelas mais de 200 vítimas da tragédia de Brumadinho que ainda estão desaparecidas passou a utilizar escavadeiras com esteiras similares à de tanques de guerra. São nove retroescavadeiras auxiliando as buscas. As máquinas têm conseguido se movimentar sobre a lama, que ainda está mole em boa parte da área atingida.
Em um barco de pequeno porte, dois agentes do Ibama e um policial militar ambiental de Betim faziam uma inspeção visual rio, na tarde de sábado, 2, com o objetivo de coletar informações sobre mortandade de animais. Os corpos foram encontrados numa área central de Brumadinho, presos em vegetações nas margens do Paraopeba.
A área fica a cerca de sete quilômetros de distância do local onde rompeu a barragem da mineradora Vale, no Córrego do Feijão. O primeiro corpo era um troco com braços. Os bombeiros foram acionados imediatamente para retirar a vítima do local.
Cerca de 150 metros acima do rio, a equipe voltou a encontrar partes de uma vítima, desta vez uma perna. O Corpo de Bombeiros teve de ser acionado novamente para retirar a vítima.
A Polícia Militar Ambiental de Betim registrou um boletim de ocorrência sobre os corpos, que seguiram para identificação. Até a noite de sábado, 2, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais havia confirmado 121 mortos e 226 desaparecidos na tragédia.
O Estado sobrevoou toda a área que foi coberta pelo rejeito da barragem do Córrego do Fundão. Dois tratores com esteiras mergulhavam lentamente suas escavadeiras no barro. Agentes observavam o que traziam do fundo.
Nove dias depois da tragédia, ainda é difícil e arriscado acessar a área. Durante toda a semana, equipes percorreram as margens a tragédia em acessos por terra. A maioria das buscas só foi possível com o uso de helicópteros, operação que segue em andamento.
A prefeitura de Brumadinho declarou que a Vale terá de retirar 100% do material que vazou de sua barragem, restabelecendo o leito natural da região. Técnicos ambientais ouvidos pela reportagem afirmam que as buscas e as exigências para que as vítimas sejam encontradas são os fatores que devem ser priorizados na remoção do barro.
Emissão de documentos
Em nota, a Vale informou que neste domingo a Estação Conhecimento recebe um mutirão da Polícia Civil para a emissão da segunda via de Carteira de Identidade, gratuitamente.
A Polícia Civil começou a atender a população às 8h30 da manhã, com distribuição de até 200 senhas. Os interessados devem apresentar certidão de nascimento (se solteiro), original ou autenticada ou certidão de casamento, original ou cópia. Futuramente, o serviço será oferecido em outro Ponto de Atendimento.