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Parlamentares querem instaurar CPI para investigar tragédia de Brumadinho

Durante a primeira reunião da Comissão Externa da Câmara criada com a intenção de acompanhar a fiscalização das barragens, integrantes da comissão colheram assinaturas para instaurar investigação

Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 06/02/2019 14:09

30/01/2019. Credito: Juarez RodriguesEstado de Minas - Brumadinho - MG. Pa e a devastacao ao fundo no bairro Corrego do Feijao. - Tragedia de Brumadinho. Rompimento de rejeitos da Barragem 1 da Mina Feijao (Corrego do Feijao), pertencente a Mineradora Vale, causa varias mortes e dezenas de pessoas estao desaparecidas. A lama atingiu o Rio Paraopeba, que abastece capital mineira e cidades da grande BH. Acidente ocorrido no dia 25/01.

Com forte presença de parlamentares mineiros, aconteceu a pouco a primeira reunião da Comissão Externa da Câmara criada com a intenção de acompanhar a fiscalização das barragens anunciada pelo governo Federal. O grupo de deputados também deve cobrar das autoridades públicas a celeridade nas investigações do rompimento em Brumadinho, causada pela reincidente empresa Vale. Os parlamentares da comissão colhem assinaturas para tentar instaurar um CPI.

Segundo o presidente da comissão, Zé da Silva (SD-MG), a intenção é produzir um arcabouço jurídico preventivo para que novos casos não aconteçam. A intenção é visitar Brumadinho ainda nesta quinta (07/02). ;Vamos procurar que esta comissão seja mais técnica e que tenhamos prazo para apresentar resultados;, garantiu.

Duas listas já circulam pelos corredores da Câmara para a abertura de uma CPI da mineração na Casa. O mineiro Júlio Delgado (PSB) e relator da comissão explicou que o ;desejo principal; é que novos desastres não voltem a acontecer. Assim, ele se mostrou cético com relação à abertura de uma CPI. ;A CPI tem muito mais o foco de fazer investigação que já está sendo feita pelos órgãos responsáveis. Porém, o que a gente quer com essa comissão é decidir o que vai ser feito a partir do desastre;, ressaltou.

Ele, contudo, enfatizou que o Congresso precisa dar uma resposta rápida à sociedade. Delgado também lamentou que após o desastre de Mariana, em 2015, as informações solicitas pela comissão ao Ministério de Minas e Energia, demorou cerca de dois anos e meio para prestar as respostas. ;Só foi chegar dezembro do ano passado;, contou.

A visão desconfiada de se criar uma CPI também foi ressaltado pelo presidente Zé da Silva, que procurou orientar os parlamentares presentes à audiência pública a evitar burocracias desnecessárias. ;Se a gente criar um emaranhado tão grande, não iremos avançar;, disse.

Para a deputada Áurea Carolina (Psol-MG) os dois maiores desastres ; Brumadinho e Mariana ; são crime e de responsabilidade da Vale e dos órgãos públicos que deveriam fazer uma fiscalização efetiva.

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