Duas tartarugas, uma delas muito rara e já morta, foram resgatadas junto com grande quantidade de lixo, entre sábado, 16, e domingo, 17, no mar de Ilhabela, litoral norte de São Paulo.
Os animais marinhos foram recolhidos durante a Operação Praia Limpa, realizada por empresas com apoio da prefeitura. A tartaruga achada morta era da espécie Dermochelys coriácea, conhecida como tartaruga gigante. De acordo com a bióloga Roberta Gomes, que acompanha a operação, ela é a maior espécie de tartaruga marinha e utiliza a costa brasileira para alimentação e reprodução. A espécie vive de 200 a 300 anos - a que foi resgatada tinha cerca de 100 anos.
Conforme a bióloga, a espécie está criticamente ameaçada de extinção devido à intensa coleta de seus ovos e captura acidental, que acontece por conta de redes abandonadas por pescadores ou perdidas no mar. Já a tartaruga verde, da espécie Chelonia mydas, foi encontrada com vida, mas muito debilitada. Os animais foram levados à praia do Engenho D;Água e o Instituto Argonautas os recolheu. Na manhã desta segunda-feira, 18, o instituto informou que a tartaruga verde, diagnosticada com infecção no sistema digestivo, foi levada para a unidade de estabilização, em São Sebastião, mas não resistiu.
As tartarugas também são vítimas da poluição, principalmente por ingerirem plásticos lançados no mar. Conforme o Instituto, tartarugas juvenis são comuns na região e, entre as causas da mortalidade, está também o impacto com embarcações de recreio e pesca. Durante a operação, as equipes recolheram 170 quilos de materiais como vasos sanitários, pneu, ventilador, isopor, garrafa térmica, canudinhos e outros objetos de plástico. Além da varredura nas praias Engenho D;Água e Santa Tereza, foram realizados mergulhos para retirar os resíduos submarinos.