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Trabalho de buscas a desaparecidos em Brumadinho não tem prazo para acabar

De acordo com os Bombeiros, localização de todos os desaparecidos e condições biológicas são os únicos fatores que podem encerrar as buscas

Junia Oliveira/Estado de Minas
postado em 25/02/2019 20:26
De acordo com os Bombeiros, localização de todos os desaparecidos e condições biológicas são os únicos fatores que podem encerrar as buscas

;Não há previsão de os trabalhos acabarem;, afirmou na tarde desta segunda-feira o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, sobre o fim das buscas aos desaparecidos no Córrego do Feijão, em Brumadinho. Em entrevista coletiva para fazer o balanço de 30 dias das operações, ele informou que há apenas duas hipóteses para a conclusão das ações de recuperação de corpos.

[SAIBAMAIS]A primeira é encontrar todos que estão desaparecidos. Atualmente, são 131. A segunda é quando não houver mais condição biológica para os trabalhos. ;O estado de decomposição dos corpos é bastante avançado, mas ainda é possível fazer esse tipo de identificação na lama;, diz. ;Todo dia, ao final das operações, tem uma reavaliação dos objetivos da missão para ver se ainda estamos em condição de fazer esse resgate ou se estamos em estágio que inviabiliza a operação.;

O tenente acrescentou que nesse um mês de buscas não houve um dia sequer sem localização de corpos ou partes deles. Nesta segunda-feira (25/2), foram encontrados seis segmentos corpóreos. ;Cada retirada exige uma escavação e um georreferenciamento específicos. O trabalho de identificação por DNA demanda mais tempo. Com o material que já foi recuperado, mas ainda não identificado, a expectativa é de que a lista de desaparecidos diminua.;

Até o momento, houve 340 recuperações de corpos ou segmentos, dos quais 179 foram identificados e 10 foram classificados como não humanos. De acordo com o delegado Arlen Bahia, os exames de DNA são feitos, conferidos e reconferidos para não haver qualquer tipo de falha. ;Mas, os dados ainda não foram cruzados;, disse. Ele informou que não é possível determinar prazo para a identificação de todo o material.

Um mês depois do desastre, o número de bombeiros envolvidos caiu de 400 para uma média de 150. Do total, 23 são de Santa Catarina e do Paraná. Aihara explicou que a fase atual exige efetivo menor, pois a operação se dá basicamente com maquinário pesado. São 54 equipamentos distribuídos em 14 frentes de buscas, para fazer escavações mais profundas.

A operação aérea também foi restringida. Os militares estão operando eminentemente com drones. ;O lançamento de equipes em áreas muito fluidas e maleáveis, onde só era possível chegar por meio de aeronaves, agora conseguimos lançamento por terra;, afirma o tenente Aihara.

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