Brasil

Mangueira, Viradouro e Salgueiro são favoritas para vencer carnaval do Rio

Com referências políticas e históricas, muitas das escolas lembraram a importância do carnaval para a preservação da cultura brasileira

Alessandra Azevedo
postado em 06/03/2019 06:00
A verde e rosa empolgou a plateia no segundo dia dos desfiles e é a favorita para o título do carnaval carioca Depois de dois dias de desfiles emocionantes na elite do carnaval carioca, os jurados revelam hoje, às 16h30, qual das escolas de samba mais brilhou na Marquês de Sapucaí.

A Estação Primeira de Mangueira, que ganhou o prêmio Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial em 2019, é a grande favorita, mas disputa o título com a Viradouro e a Acadêmicos do Salgueiro, que também empolgaram o público da passarela do samba.

Com referências políticas e históricas, muitas das escolas lembraram a importância do carnaval para a preservação da cultura brasileira. E também mostraram, mais uma vez, que samba é instrumento de crítica social. O desfile da Mangueira emocionou a arquibancada na madrugada de ontem, ao protagonizar uma verdadeira aula de história brasileira, dando a devida importância aos heróis da resistência: índios e negros. Um dos destaques da verde e rosa foi a homenagem à vereadora Marielle Franco (PSol), assassinada em março do ano passado. O desfile contou com a presença da viúva de Marielle, Mônica Benício. A lembrança foi muito bem recebida pela plateia, que aplaudiu e se emocionou durante o desfile.

A Salgueiro deve estar novamente entre as seis melhores escolas do Carnaval do Rio. O samba-enredo foi considerado um dos melhores do carnaval, com homenagem a Xangô, o orixá da justiça, e levantou a Sapucaí. A escola também foi muito elogiada pelo acabamento das alegorias e das fantasias. Já a Viradouro, outra forte candidata ao título, fugiu dos temas sociais e apostou em uma apresentação fantástica, com bruxas, príncipes e outras figuras de histórias infantis, narradas sob a ótica de um adulto que reencontra um livro de histórias da infância. A escola trouxe várias surpresas, como bruxas que voavam a 10 metros de altura, presas por cabos, e um motoqueiro fantasma que descia de um carro alegórico.

A Beija-Flor não conseguiu atingir as expectativas e dificilmente conquistará o bicampeonato este ano, depois de ter conquistado o título em 2018. O desfile, sobre a história da própria escola, foi considerado muito simples, sem brilho nem surpresas, apesar de não ter tido erros marcantes. A Unidos da Tijuca fez uma apresentação correta, sem correria e imprevistos. A Mocidade Independente de Padre Miguel deve ter uma boa colocação na disputa, com a apresentação sobre o tempo.

A Portela, terceira a entrar na avenida na noite de segunda-feira, foi bastante elogiada, com enredo em homenagem à cantora Clara Nunes, um ícone da escola que levou o prêmio de melhor comissão de frente, coreografada por Carlinhos de Jesus. A carnavalesca Rosa Magalhães foi responsável pelas fantasias e alegorias, mas teve colaboração do estilista francês Jean Paul Gautier, que assinou os modelitos das top internacionais Lais Ribeiro e Carol Trentini.

Com Sabrina Sato à frente da bateria e a família de Marielle Franco em um dos carros alegóricos, a Unidos da Vila Isabel excedeu o tempo máximo de apresentação, mas empolgou a plateia. O desfile da Paraíso do Tuiuti, como esperado, focou em críticas políticas e foi bem recebido pelo público. Usou a história de um bode vencedor de uma eleição, no Ceará, para falar sobre corrupção e outros problemas políticos do Brasil.

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