Brasil

Grupo de deputados reproduz latidos durante homenagem a Marielle

Sons foram tratados como coincidência, uma vez que faziam parte de ato em defesa dos animais, mas episódio causou mal-estar. No grupo, estava deputado que rasgou placa com nome de Marielle Franco

Agência Estado
postado em 14/03/2019 12:59

Ato pelo 1º ano do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes Um clima de mal-estar marcou o ato organizado pelo PSol em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, na manhã desta quinta-feira (14/3), no Salão Verde da Câmara dos Deputados.


Enquanto os deputados do partido da vereadora, assassinada há um ano, cobravam explicações às autoridades sobre o mandante do crime, um outro grupo de parlamentares ligou caixas de som que emitiram sons de latidos de cachorros.

Sons foram tratados como coincidência, uma vez que faziam parte de ato em defesa dos animais, mas episódio causou mal-estar. No grupo, estava deputado que rasgou placa com nome de Marielle Franco O grupo responsável por produzir o barulho, justificou o uso de latidos afirmando que se tratava de um ato em defesa dos direitos dos animais, mas o mal-estar foi inevitável.

Entre os apoiadores do ato pró-animais, estava o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) que participou do ato realizado no Rio ano passado no qual foi rasgada uma placa em homenagem a Marielle (foto à esquerda).

Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

Um dos deputados que protagonizaram a polêmica se pronunciou, por meio de nota, dizendo que participava, no momento da homenagem à vereadora assassinada, de um ato público da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Animais, também no Salão Verde da Casa.

Segundo a nota, emitida pela assessoria de imprensa de Léo Moraes, "a manifestação celebrava e anunciava um acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de levar ao plenário um projeto de lei que prevê reclusão a condenados por casos de maus tratos a animais". A pauta é defendida pelo parlamentar desde a sua legislatura como deputado estadual em Rondônia, eleito em 2014.

Na manifestação, uma caixa de som reproduzia latidos, miados e cantos de pássaros, segundo os assessores de Léo Moraes "para ambientar a todos a comunicação oral feita pelos animais".

"Não houve, em nenhum momento da manifestação da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Animais, a intenção de atrapalhar a homenagem à Marielle Franco. Em diversos momentos, inclusive, os deputados da frente se calaram enquanto os participantes da homenagem se manifestavam de maneira mais efusiva, para que a comunicação com a imprensa presente não fosse prejudicada. Após o fim da homenagem, o ato da frente parlamentar continuou, prova de que não havia nenhuma intenção em ;rivalizar; com a homenagem feita. O deputado Léo Moraes se solidariza com a causa de Marielle, visto que o assassinato da parlamentar representa um atentado à democracia, à liberdade de expressão e à diversidade de pensamentos. A violência causada reverbera em todo o meio político, e nenhum ato de intolerância é justificável, ainda mais em um parlamentar eleito democraticamente, representando minorias tantas vezes injustiçadas neste país. Léo Moraes também se solidariza com a família do motorista Anderson, também assassinado com Marielle", dizia a nota.

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