Um clima de mal-estar marcou o ato organizado pelo PSol em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, na manhã desta quinta-feira (14/3), no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
Enquanto os deputados do partido da vereadora, assassinada há um ano, cobravam explicações às autoridades sobre o mandante do crime, um outro grupo de parlamentares ligou caixas de som que emitiram sons de latidos de cachorros.
O grupo responsável por produzir o barulho, justificou o uso de latidos afirmando que se tratava de um ato em defesa dos direitos dos animais, mas o mal-estar foi inevitável.
Entre os apoiadores do ato pró-animais, estava o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) que participou do ato realizado no Rio ano passado no qual foi rasgada uma placa em homenagem a Marielle (foto à esquerda).
Um dos deputados que protagonizaram a polêmica se pronunciou, por meio de nota, dizendo que participava, no momento da homenagem à vereadora assassinada, de um ato público da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Animais, também no Salão Verde da Casa.
Segundo a nota, emitida pela assessoria de imprensa de Léo Moraes, "a manifestação celebrava e anunciava um acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de levar ao plenário um projeto de lei que prevê reclusão a condenados por casos de maus tratos a animais". A pauta é defendida pelo parlamentar desde a sua legislatura como deputado estadual em Rondônia, eleito em 2014.
Na manifestação, uma caixa de som reproduzia latidos, miados e cantos de pássaros, segundo os assessores de Léo Moraes "para ambientar a todos a comunicação oral feita pelos animais".
"Não houve, em nenhum momento da manifestação da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Animais, a intenção de atrapalhar a homenagem à Marielle Franco. Em diversos momentos, inclusive, os deputados da frente se calaram enquanto os participantes da homenagem se manifestavam de maneira mais efusiva, para que a comunicação com a imprensa presente não fosse prejudicada. Após o fim da homenagem, o ato da frente parlamentar continuou, prova de que não havia nenhuma intenção em ;rivalizar; com a homenagem feita. O deputado Léo Moraes se solidariza com a causa de Marielle, visto que o assassinato da parlamentar representa um atentado à democracia, à liberdade de expressão e à diversidade de pensamentos. A violência causada reverbera em todo o meio político, e nenhum ato de intolerância é justificável, ainda mais em um parlamentar eleito democraticamente, representando minorias tantas vezes injustiçadas neste país. Léo Moraes também se solidariza com a família do motorista Anderson, também assassinado com Marielle", dizia a nota.