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ONG acolhe 68 filhotes de saguis apreendidos em operação

Os animais estavam sendo comercializados por R$ 100 cada por três pessoas, que responderão por maus tratos e comércio ilegal

Agência Estado
postado em 14/03/2019 16:38

Os animais estavam sendo comercializados por R$ 100 cada por três pessoas, que responderão por maus tratos e comércio ilegal

Sessenta e oito filhotes de saguis resgatados em operação conjunta contra o tráfico de animais silvestres das polícias Civil e Ambiental de São Paulo na última segunda-feira, em Osasco, foram levados para Itu, na sede do Projeto Mucky, uma organização não governamental que atua na proteção de primatas.


Trazidos da Bahia, os animais estavam sendo comercializados por R$ 100 cada por três pessoas, que responderão por maus tratos e comércio ilegal. Eles assinaram termo circunstanciado, foram multados em R$ 2 milhões e responderão pelos crimes em liberdade. Poderão recorrer da multa.

Além dos primatas, a operação localizou 120 aves de diferentes espécies. Algumas delas, já mortas. Os animais estavam trancados "de maneira precária em dois compartimentos minúsculos, sem água ou alimentos", de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

"O índice de animais que morrem em decorrência do tráfico é muito grande. Infelizmente, desde a captura ilegal, até o transporte em condições insalubres e todo o estresse pelo quais eles são submetidos, são fatores que obviamente contribuem para a falência destes animais", explica o Tenente Guedes, que atua no Comando de Policiamento Ambiental.

Mucky

A entidade que acolheu os saguis pede ajuda nas redes sociais. "Temos 34 anos de trabalho e já fizemos resgates como este, mas nada com uma dimensão tão grande. Logo que soubemos da apreensão, conseguimos um local para cuidar desses animais em Atibaia, mas ao chegarmos na delegacia, vimos que eram animais muito debilitados e todos filhotes", conta Ana Paula Barranco, que integra a diretoria do Projeto Mucky.

De acordo com ela, os animais têm entre dez dias a três meses de vida. "Filhotes dão três vezes mais trabalho do que adultos e estavam todos num ambiente em que poderiam morrer a qualquer momento. Optamos por levá-los à sede do Projeto, em Itu, onde hoje já cuidamos de 207 macacos. Eles estão se recuperando, mas não temos como ficar com eles."

Nas redes sociais, a ONG pede ajuda para conseguir parcerias com outra entidades que possam receber animais, reforço voluntário de cuidadores e ajuda financeira, como doações e patrocínio. "Todos os 68 bebês receberam alimentação, soro e foram transferidos para recintos secos, limpos e aquecidos, uma operação que mobilizou cerca de dez pessoas e durou cinco horas até que todos os primatas fossem socorridos. Até o momento, todos os filhotes estão vivos e continuamos empenhados para que sobrevivam", disse a entidade em nota.

A Secretaria de Segurança Pública salienta que "crueldade contra os animais é comum no crime de tráfico da fauna" e incentiva denúncias de comércio ilegal de animais silvestres. Denúncias podem ser feitas por celular e por telefone.



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