Gabriel Ronan/Estado de Minas, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 15/03/2019 19:03
Mais uma barragem da Vale foi interditada em Minas Gerais. Desta vez, a Justiça determinou a paralisação das atividades na Mina Timbopeba, no distrito de Antônio Andrade, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. O pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi motivado por informações enviadas pela Tüv Süd, consultoria alemã, à mineradora, indicando que, após rever os fatores de segurança da Barragem do Doutor, que fica dentro do empreendimento, no dia 13 de março, ;seria necessária a adoção imediata de medidas para evitar risco social e ambiental;. Continua depois da publicidade
Inventário da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) de 2018, mostra que a Barragem do Doutor tinha, naquela época, 75 metros de altura e volume de rejeitos no reservatório de 35 milhões de metros cúbicos. A estrutura foi concebida para o armazenamento dos rejeitos gerados na usina de beneficiamento de Timbopeba.
Segundo o MPMG, a estrutura fica próxima a núcleos urbanos, entre eles, o distrito de Antônio Pereira, ;havendo pessoas residentes ou transitando na zona de autossalvamento, ou seja, na região do vale à jusante da barragem a uma distância que corresponda a um tempo de chegada da onda de inundação (lama) igual a trinta minutos ou 10 km;. A promotoria ressalta que não haveria tempo, em caso de rompimento das estruturas, para uma intervenção das autoridades competentes em situações de emergência, ;de forma que as pessoas tem que se salvar sozinhas em caso de tragédia, sendo que os avisos de alerta são da responsabilidade do empreendedor;, disse o órgão.
Evacuação
Na decisão, a juíza determinou que a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) seja notificada para fazer uma vistoria nas estruturas. O coordenador-adjunto do órgão, tenente-coronel Flávio Godinho, afirmou que recebeu a determinação judicial. No entanto, até o presente momento, segundo ele, o órgão não irá tomar qualquer medida, já que a Vale não alterou o fator de segurança da mina. Segundo Godinho, a Defesa Civil não atesta a solidez da estrutura, o que é uma responsabilidade da mineradora.
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