Brasil

Cinemark emite nota de esclarecimento após exibição de filme sobre 1964

1964, o Brasil entre armas e livros, que retrata o período do golpe militar, apareceu nas telonas da empresa no último domingo. Cinemark afirmou que o ocorrido foi um erro de ''procedimento''

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 02/04/2019 18:29

<i>1964, o Brasil entre armas e livros</i>, que retrata o período do golpe militar, apareceu nas telonas da empresa no último domingo. Cinemark afirmou que o ocorrido foi um erro de ''procedimento''

A rede Cinemark, por meio do Instagram, emitiu uma nota de esclarecimento sobre o episódio do último domingo (31/3), envolvendo a exibição da pré-estreia do documentário 1964, o Brasil entre armas e livros, sobre o golpe militar. A justificativa, segundo os organizadores das salas de cinema em questão, é de não se envolver "em questões político-partidárias". A afirmação provocou protestos na internet e a hashatag #BoicoteCinemark ficou em primeiro lugar nos trend topics do Twitter, encabeçada por defensores da ditadura.

Para a empresa, um "erro de procedimento em função do desconhecimento prévio do tema, acabou permitindo o acontecimento". As cidades de São Paulo, Brasília, Recife, Curitiba e Belo Horizonte tiveram a apresentação do longa na pré-estreia. A produção é realizada pela Brasil Paralelo.

No final da nota, o Cinemark afirma que reforça "que não apoiamos organizações políticas ou partidos e não tivemos qualquer envolvimento com a produção deste evento."

Nas redes sociais, o filho do presidente Jair Bolsonaro, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), criticou duramente a decisão da empresa em retirar o longa de suas telas. O parlamentar argumenta que a decisão "foi total falta de respeito com o consumidor". Ele questiona, ainda, momentos em que a rede exibiu no passado, filmes retratando as histórias de Lula e Marighela, que são grandes nomes da esquerda.

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O que é o Brasil paralelo?


No site da organização, há, na aba "quem somos", a definição do que trata-se o coletivo. Segundo eles, "é uma iniciativa 100% privada". O conteúdo, de acordo com o texto, é produzido pelos "membros assinantes", que financiam o projeto por meio da compra da assinatura. Além de produzir séries que abordam questões políticas, a instituição também oferece cursos e palestras.

O Brasil Paralelo já produziu outras três séries, são elas: O Teatro das Tesouras, que retrata os bastidores das eleições presidenciais brasileiras; O Dia Depois da Eleição, que mostra os impactos dos movimentos políticos na economia e Brasil a Retomada e Congresso Paralelo, uma análise da situação política, cultural e econômica do país.

Em um vídeo, também postado no site da organização, os membros dizem que o grupo surgiu em meados de 2014, quando a situação política no Brasil levou milhares às ruas.

"O Brasil paralelo surge do inconformismo, alí em 2014, quando começou muito forte a revolta popular, em relação ao cenário em que vivíamos de escândalos de corrupção. A gente estava percebendo que muitos pensadores, especialistas, filósofos, historiadores estavam se manifestando. A gente começou a se envolver nesse processo, para tentar entender o que estava por trás disso...".

Nas redes sociais, em posts feitos na tarde desta terça-feira (2/4), organizadores do Brasil Paralelo defenderam a veiculação do documentário nas salas de cinema do país e defendem a produção.

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