Brasil

Número de pessoas que escolheram morar no exterior triplicou em 7 anos

O aumento significativo da migração para outros países foi iniciado a partir de 2014, no início da recessão econômica

Gabriela Tunes*
postado em 03/04/2019 17:30
PassaporteEm sete anos, quase triplicou o número de brasileiros que foram morar em outros países. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, no ano passado 22.538 pessoas entregaram a declaração de saída definitiva do Brasil, um aumento de 64% em relação a 2011, que teve um total de 8.170 declarações.

A declaração de saída definitiva do Brasil é um documento obrigatório que o cidadão precisa apresentar à Receita Federal comunicando sua saída do país. Ele é uma forma de informar ao Fisco sua liberação da declaração do Imposto de Renda, de evitar a bitributação e de indicar a mudança domiciliar, caso ele volte ao Brasil e tenha de declarar seus patrimônios.

O efetivo aumento ocorreu a partir de 2014, durante a recessão econômica. Nessa época, houve uma queda do PIB, falta de investimento de empresas e, consequentemente, aumento do desemprego. Desde então, os brasileiros passaram a buscar uma melhor qualidade de vida em outros países.

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Fuga de mão de obra

De acordo com o economista Felipe Queiroz, o êxodo para outros países foi devido à insegurança no Brasil. Segundo ele, houve perda de todos os tipos de mão de obra. ;A mão de obra menos especializada busca em outros países novas oportunidades, e a mais especializada, a valorização de sua especialização;, apontou. Conforme o economista, aqueles que possuem profissionalismo técnico e graduação tiveram salário corroído pela inflação, enquanto os que possuem doutorado e pós doutorado, por exemplo, viram a diminuição de investimento público e de valorização de pesquisas.

Como consequência para a economia brasileira, a imigração, principalmente da mão de obra qualificada, afeta na qualidade da indústria e da pesquisa do Brasil, pois com menos pessoas especializadas, há a perda da capacidade de inovação nessas áreas. ;Saída do país é fuga de mão de obra especializada. Uma nação que perde mão de obra especializada é uma nação atrasada;, completou Felipe.

*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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