Ingrid Soares
postado em 08/04/2019 18:38
O médium João de Deus deixou o hospital onde estava internado e voltou para a prisão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia na tarde desta quinta-feira (6/6). No último dia 4, por quatro votos a um, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou dois pedidos de habeas corpus do médium contra a prisão preventiva por porte de armas e abuso sexual. Ele estava no Instituto Neurológico de Goiânia para tratamento de um aneurisma no abdômen desde o dia 22 de março.
[SAIBAMAIS]João de Deus foi preso preventivamente no dia 16 de dezembro de 2018 em razão da acusação de estupros em série durante atendimentos espirituais na cidade de Abadiânia, no entorno do Distrito Federal. Em operações em endereços ligados a ele foram encontradas armas, pedras preciosas e mais de R$ 1,6 milhão. Ele nega os crimes.
Foram mais de 254 denúncias relatadas por abuso sexual. Em março deste ano, atendendo a um pedido da defesa, o ministro do STJ e relator dos habeas corpus, Nefi Cordeiro autorizou que João de Deus saísse do presídio e fosse internado.
Durante o julgamento dos HC;s, Cordeiro apontou melhora no estado de saúde do médium e indicou possível risco de fuga.
Os ministros Rogerio Schietti, Antonio Saldanha e Laurita Vaz também votaram contrários ao Habeas Corpus. Apenas o ministro Sebastião Reis Júnior votou contrário ao relator, para substituir a prisão preventiva por domiciliar e aplicar outras cautelares, como entrega de passaporte e proibição e deixar Abadiânia.
Ao Correio, o advogado de defesa, Alberto Zacharias Toron, afirmou que o médium não apresenta riscos à investigação e por ser idoso, seria uma questão humanitária atender ao pedido de que ele continue o tratamento no hospital. ;Discordamos da decisão do Tribunal. Entendemos que não estão presentes os requisitos da prisão porque o processo estaria resguardado com medidas alternativas à prisão, como o recolhimento domiciliar. Ele é idoso, tem problemas de saúde e o presídio não oferece as condições adequadas para tratar e preservar a saúde dele. Vamos recorrer para o STF;, concluiu.