A Polícia Federal fez buscas nesta terça-feira (16/4), na residência do executivo Fábio Schvartsman, presidente afastado da Vale. A ação da PF, em busca de documentos e computadores, foi ordenada pela Justiça Federal no âmbito do inquérito que investiga o mar de lama de Brumadinho, com 229 mortes até agora e 48 corpos ainda desaparecidos.
Foi a primeira vez que a PF inspecionou o endereço de Schvartsman, em São Paulo. A Barragem do Córrego do Feijão explodiu no dia 25 de janeiro. Por recomendação do Ministério Público Federal o executivo está afastado do cargo desde 2 de março.
A ação
A Polícia Federal cumpre nesta terça cinco mandados de busca e apreensão dentro das investigações que apuram as causas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho
Os mandados, expedidos pela Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, foram cumpridos em Belo Horizonte (2), São Paulo (1), Rio de Janeiro (1) e Nova Lima, MG (1).
A PF não informou os alvos das buscas e apreensões. Em comunicado, a corporação afirma que "as medidas visam a apreender documentos, mídias e outros elementos de convicção que guardem relação aos fatos apurados".
Desde o início das investigações 13 investigados chegaram a ser presos, duas vezes, pela força-tarefa que apura os motivos da queda da barragem, formada pela Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Federal. Todos foram soltos por habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Do grupo preso, 11 eram funcionários da Vale diretamente envolvidos com a segurança da barragem em Brumadinho e dois eram consultores da empresa alemã Tüv Süd, que atestaram a segurança da estrutura.
Nesta segunda-feira (15/4), em depoimento à CPI aberta pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre o a tragédia em Brumadinho, o chefe de Segurança de Barragens de Mineração da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Minas, Wagner Araújo Nascimento, disse que o número de fiscais do setor no Estado deverá aumentar de três para oito até meados de maio. Minas abriga o maior número de barragens consideradas como de alta capacidade de dano no Brasil, cerca de 130.