Brasil

Sobe para 22 número de mortos em desabamento no Rio de Janeiro

Ontem, três suspeitos pelo desabamento dos prédios tiveram o pedido de prisão temporária decretado, mas continuam foragidos

Ingrid Soares
postado em 20/04/2019 17:52
Corpo de Bombeiros continua buscas no desabamento em Muzema. Equipes que atuam na busca e resgate de pessoas após o desabamento dos dois prédios na comunidade da Muzema,

Mais dois corpos foram encontrados em meio aos escombros do desabamento dos dois prédios em Muzema, no bairro Itanhangá, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de dois meninos. Com isso, o número de óbitos sobe para 22 desde o último dia 12. Uma pessoa permanece desaparecida. Os resgates foram possíveis após o Corpo de Bombeiros reutilizar máquinas para a retirada de blocos de concreto próximo à àrea.

Ontem, três suspeitos pelo desabamento dos prédios tiveram o pedido de prisão temporária decretado pela Justiça na tarde de ontem (19/4).

O pedido de prisão à Justiça foi feito pela delegada Adriana Belém da 16; Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), que segue à procura dos foragidos. Segundo ela, a identificação dos suspeitos foi possível graças aos depoimentos e reconhecimento de testemunhas nesta quinta-feira (18/4). José Bezerra Lira, o ;Zé do Rolo; é acusado de ser o construtor dos edifícios enquanto que Rafael Costa e Renato Ribeiro são apontados como vendedores. Os três foram indiciados por homicídio doloso, quando assumido o risco de matar.

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas na tragédia que ocorreu na manhã da última sexta-feira (12), dias depois de fortes chuvas que deixaram 10 pessoas mortas no Rio. A comunidade da Muzema foi uma das mais afetadas pela tempestade.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação afirmou que trabalhará para demolir ao menos 16 prédios por apresentarem riscos de estrutura. Três deles ficam próximos aos dois prédios que desabaram.

Em depoimento na última terça-feira (16), o presidente da Associação de Moradores da Muzema, Marcelo Diniz afirmou não saber quem construiu os prédios e que não há ação de milicianos na região. A Delegacia de Polícia Civil da Barra da Tijuca (16; DP) investiga o caso. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), responsável pela investigação da atuação das milícias no Rio também participa da apuração das causas do desabamento.

Segundo a prefeitura, os edifícios não tinham autorização, tendo as obras interditadas e embargadas em novembro de 2018. Os apartamentos nos prédios irregulares construídos e comercializados por milicianos são vendidos a preços abaixo do mercado.

Uma liminar da última segunda-feira (15/4), da 7; Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), determinou a "pronta suspensão de qualquer movimento de terras no local demarcado da ação (Condomínio Figueiras do Itanhangá), assim como impedir a realização de obra e de construções novas, ainda que a título de acréscimos a construções ali já existentes".

A Justiça ainda estabeleceu multa pessoal para o prefeito Marcelo Crivella no valor de R$ 10 mil caso a decisão seja descumprida. A prefeitura não se manifestou sobre a decisão.

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