Rodrigo Melo/Estado de Minas
postado em 07/05/2019 16:56
Além de 236 óbitos e 34 desaparecimentos, confirmados até o momento, o impacto ambiental da tragédia com o rompimento da barragem da mina do Córrego de Feijão, em Brumadinho, também é expressivo. Uma preocupação imediata das autoridades é com o abastecimento de água na Grande Belo Horizonte. Sob risco de racionamento para cerca de 2,5 milhões de pessoas na região metropolitana da capital, o Governo de Minas acionou a Justiça para que a Vale inicie um projeto de captação no Rio Paraopeba, em parte contaminado pela lama, e adote medidas preventivas no Sistema do Rio das Velhas.
De acordo com a Advocacia-Geral do Estado, estudos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) apontam emergência pelo início de obras para captação de água no Rio Paraopeba. ;Caso contrário, não haverá alternativas viáveis para evitar o racionamento ou rodízio no abastecimento de água em Belo Horizonte e cidades vizinhas;, afirma a AGE em nota.
Os laudos da Copasa demonstram que, desde a data da tragédia ocorrida em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, a empresa não pode utilizar a captação de água do Sistema Paraopeba por causa da contaminação do rio. No pedido, o Estado requer também que a Vale assegure o abastecimento em locais afetados pela tragédia, nas cidades de Brumadinho, Paraopeba e Caetanópolis.
Ainda segundo dados da Copasa, ;existe uma grande probabilidade de que, nos próximos meses, apenas os três reservatórios - Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores - que já existiam antes da inauguração do Sistema do Rio Paraopeba estejam aptos a atender a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte;.
Para a empresa, a situação seria a mesma que gerou o desabastecimento de água na Grande BH em 2015. A ação também requer medidas preventivas no Sistema Rio das Velhas por causa de riscos de contaminação evidenciados nos estudos. ;Uma eventual inviabilidade de captação de água no Rio das Velhas impactaria diretamente o abastecimento de mais de 2,4 milhões de pessoas em Belo Horizonte, Raposos, Nova Lima, Sabará e Santa Luzia;, alerta.
A AGE pede ainda que seja estabelecida multa diária caso a empresa não as medidas emergenciais propostas. O Estado de Minas entrou em contato com a Vale e a Copasa e aguarda resposta sobre o processo.