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Bombeiros fazem homenagem às mães vítimas da tragédia em Brumadinho

Três mulheres que perderam os filhos foram homenageadas, neste domingo (12/5), na base de operações instalada em Córrego do Feijão

Juliana Cipriani/Estado de Minas
postado em 12/05/2019 19:17
Mãe de um bombeiro e mãe de uma vítima ainda não localizada se abraçamNo primeiro dia das mães depois do desastre que matou cerca de 300 pessoas em Brumadinho, o principal recado dos bombeiros de Minas Gerais vai para 30 delas, que ainda estão com seus filhos desaparecidos debaixo dos rejeitos de lama da barragem da Vale. As buscas vão continuar firmes. Como forma de lembrar todas as mães e ainda dar novo alento à tropa, três mulheres que perderam os filhos foram homenageadas, neste domingo (12/5), na base de operações instalada em Córrego do Feijão.
Antes de começaram os trabalhos no 108; dia de busca, os profissionais também fizeram uma homenagem para as mães de bombeiros Alcione Leal, Kátia Espechite e Lucimar Silva. Elas receberam flores dos filhos sargento Carlos e soldados Rafael e Gabriel, que só souberam da presença delas na hora. De plantão, as bombeiras cabo Luciana e sargento Lívia Mara também foram destacadas.

Arlete Souza, que perdeu o filho Wagner da Silva, Maria Amélia Melo, mãe de Eliane Melo, e Ambrozina Rezende, que perdeu Juliana Rezende, foram homenageadas com flores. Emocionadas, agradeceram o trabalho de busca dos bombeiros. Por volta das 7h, eles hastearam a bandeira nacional, fizeram um círculo e uma oração. Depois, tomaram um café juntos.

Importante para trazer um alento

Para o comandante das operações, tenente-coronel Anderson Passos, a homenagem foi importante para trazer um alento às mães e também para incentivar os bombeiros. ;A gente pode dar um abraço e compartilhar um pouco esse alento. É uma busca muito difícil, nesta fase os resgates vão ficando mais escassos e a gente precisa se manter atento. A presença delas materializa o nosso objetivo;, disse.

Segundo o bombeiro, a corporação aumentou o efetivo de 130 para 160 profissionais aos finais de semana para intensificar as buscas, que agora estão se concentrando em menos regiões. ;Está começando a fase de agulha no palheiro e precisamos nos empenhar para abreviar este alento. Não tem previsão de encerramento das buscas porque ainda há 30 desaparecidos e nosso desafio é achar todos;, afirmou. Passos pediu que as pessoas sigam confiando no trabalho de procura e garantiu que o esforço não vai diminuir.

Até este domingo, mais de três meses depois do rompimento da barragem de rejeitos da Vale, 240 corpos de vítimas foram identificados.

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