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Francês é preso tentando invadir escola particular de BH com facão

Homem alega ser pai de uma criança que estuda no local, mas funcionárias da escola dizem que ele é apenas padrasto e não teria mais autorização da mãe para ver a menina

Guilherme Paranaiba /Estado de Minas
postado em 14/05/2019 10:06
Homem usou o facão para bater no portão, danificando a entrada da escola
Um francês, de 45 anos de idade, foi preso, na manhã desta terça-feira (14/5), depois de tentar entrar em uma escola particular de Belo Horizonte (MG), que fica no Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital. Segundo a Polícia Militar, ele gritava e tentava abrir o portão da escola, na Rua Salinas, utilizando um facão. As marcas da arma branca ficaram na porta de metal da unidade de ensino.

Para a polícia, o francês disse que a filha estuda no local e a mãe não o estaria deixando ter contato com ela. Já uma funcionária do local garantiu que ele é não é pai, mas padrasto, e que após o fim recente do relacionamento com a mãe da criança, não estaria mais autorizado a ter contato com a menina, de 7 anos. A mãe, de 29 anos, que também compareceu à delegacia, confirmou que o francês não é pai da criança e que desautorizou a presença dele depois do fim da relação dos dois.
Visivelmente abalada com o risco causado por seu ex-companheiro, ela contou que teve um relacionamento com ele por seis anos, que chegou ao fim no carnaval de 2019, quando ele a agrediu com um soco no rosto. Na época, ela trabalhava com ele no albergue que o francês é dono na Rua Eurita, também no Bairro Santa Tereza e bem perto da escola.

"De dois anos para cá o relacionamento estava insuportável, era só briga. Depois da agressão ele me expulsou do albergue, eu retornei para a casa da minha mãe e aí as coisas pioraram", diz ela. "Ele ficava mandando mensagem o tempo todo. Eu escondi desde as agressões anteriores por medo", acrescenta. A mulher conta que ele também tem um histórico de violência, com ocorrências envolvendo vizinhos e uso de drogas.

Quando descobriu o fato de hoje na escola, ela imaginou que o objetivo pode ter sido intimidá-la. "Talvez eu seria a primeira. Ele foi para me deixar com medo, porque a próxima se ele tivesse oportunidade seria comigo. Estou em pânico, desde ontem não consegui dormir e estou tremendo o tempo todo. Estou com medo até de sair para procurar trabalho", completa.

Problema começou na segunda-feira

Ainda de acordo com uma funcionária da escola, que pediu para não ser identificada, o homem tomou conhecimento sobre a proibição dele pegar a criança ao fim das aulas na tarde dessa segunda-feira, quando a avó já estava no local para levar a menina para casa.

Na ocasião, ele já demonstrou não concordar com situação e precisou ser contido para não invadir a escola. Uma funcionária chegou a ser empurrada e o homem prometeu voltar ao local. Ele cumpriu a promessa nesta terça-feira, mas no turno contrário ao que a criança que ele alega ser filha estuda. A menina é matriculada no horário de 13h às 17h30.

Segundo os cabos da PM Daniel Braga e Walisson Celestino, o francês mesmo depois de ser preso continuou sustentando que é pai da garota e alegou que foi até a escola para ver a criança. Mas como isso aconteceu em um horário diferente do dela, também é possível que ele tenha ido em busca de uma funcionária específica, que o impediu de entrar na unidade ontem. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Pais de alunos estavam na escola no momento em que o homem chegou com facão. Ele usou o objeto, inclusive, para bater no portão de fora e conseguiu arrombar a primeira porta, danificando a entrada da escola, que tem cerca de 200 alunos, do berçário ao quinto ano do ensino fundamental. Um segundo portão o manteve sem acesso às crianças.

Um dos pais que presenciou a cena estava do lado de fora da escola quando viu francês bater com o facão na porta de metal. "Eu deixaria meu filho e minha esposa, mas depois do que vimos nenhum dos dois desceu. Fui acompanhando ele de carro e informando a polícia, até que ele foi preso", afirma.

Na hora o pai de aluno conta que foi muito nervoso. "A gente pensa na hora em casos de massacres como Suzano e Janaúba. Não sei o que poderia acontecer se ele tivesse entrado. A gente só pensa no risco bem ao lado dos nossos filhos", afirma.

Uma mãe que estava do lado de dentro da unidade conta os momentos de terror que viveu. "Foi simplesmente terrível. A gente escutou o barulho e entendemos primeiro que era alguém que passou na rua e chutou. Mas de repente uma funcionária mandou a gente descer com as crianças e a sensação foi a pior possível. Se ele tivesse conseguido abrir o portão, não estaríamos aqui para contar história", afirma a mãe.

O homem ficou tão enfurecido que também depredou uma viatura da Polícia Militar. Uma patrulha integrada do Batalhão de Trânsito e do 16; Batalhão passava pelo local e fez a prisão.

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