Brasil

Vale divulga vídeo em que admite 'movimentação' na mina de Gongo Soco

Há o temor de que, se parte da mina ceder, a Barragem Sul Superior de Barão dos Cocais se rompa e atinja o Rio Doce

Gabriel Ronan/Estado de Minas
postado em 19/05/2019 18:19
[VIDEO1]A mineradora Vale divulgou um vídeo para instruir a população de Barão de Cocais, na Região Central do estado, sobre a Mina de Gongo Soco, administrada pela empresa na cidade. A falta de dados concretos foi uma das maiores reclamações dos 1.625 moradores que participaram do simulado de emergência nesse sábado (18).

O material divulgado pela Vale explica, com imagens, a real situação de Gongo Soco. Classificado como ;terrenos inclinados que dão sustentação à cava da mina;, o talude está a 1,5 quilômetro da barragem em estado crítico.

No vídeo, a empresa ressalta que ;identificou uma movimentação; na estrutura. Porém, destaca que "não há elementos técnicos para se afirmar que o eventual deslizamento provocará ruptura da Barragem Sul Superior".

O rompimento da Barragem Sul faria, segundo especialistas, que rejeitos de mínério voltassem a atingir o Rio Doce, drasticamente afetado pelo acidente da mina de Mariana, há pouco mais de três anos.

Poucas respostas

Nesse sábado, a Vale realizou uma reunião com a população em uma universidade da região. Contudo, quem participou do evento, disse que os representantes da companhia não responderam claramente a muitas perguntas feitas.

;Tivemos uma reunião e as perguntas feitas não foram respondidas. A gente quer saber do talude. Na hora que ele cair, o que vai acontecer? Esta semana todinha (dentro do prazo dado para rompimento da encosta entre hoje e sábado) não vou dormir;, reclamou Helena Reis, de 55 anos, na data do treino.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), o talude se movimentava 10 centímetros por ano desde 2012, medida aceitável para uma cava profunda.

Contudo, desde o fim de abril, a velocidade do deslocamento aumentou para 5 centímetros por dia. Segundo laudos obtidos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela ANM, se esta aceleração continuar, o rompimento do talude pode acontecer até este sábado.

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