Agência Estado
postado em 21/05/2019 15:02
O Ministério da Saúde prepara uma campanha de vacinação extra contra o sarampo. São Paulo, que registrou o primeiro caso autóctone desde 2015, é uma das cidades a receber. A previsão é iniciar a imunização a partir de 10 de junho.
Segundo a pasta, os detalhes da campanha serão divulgados em coletiva de imprensa, ainda sem data. Em nota, o Ministério informou que "pela primeira vez, o Governo Federal estabeleceu a cobertura vacinal como meta prioritária para a gestão de Saúde no País".
"Na agenda de prioridades, foi lançado, em abril deste ano, o Movimento Vacina Brasil, com ações coordenadas pelo Ministério da Saúde para reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país registrado nos últimos anos", informou o Ministério.
Primeiro caso autóctone desde 2015
Desde 2015, o município de São Paulo não tinha registro de circulação do vírus internamente. Foram confirmados ainda outros quatro casos importados da doença além dos três anteriormente divulgados pela secretaria. Há ainda 92 casos suspeitos em investigação. Nenhuma morte foi registrada.
Antes da confirmação do caso autóctone, a secretaria havia divulgado somente três casos diagnosticados na cidade mas cujas infecções ocorreram na Noruega, em Malta e em Israel.
O registro autóctone aumenta o nível de alerta porque é o primeiro indício de que o vírus já pode estar circulando na cidade. O caso foi inicialmente relatado em documento publicado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde na última semana e confirmado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ao Estado nesta segunda-feira, 12.
Segundo o CVE, o paciente é um professor universitário de 48 anos, que foi hospitalizado mas que "evolui para cura". Já os quatro novos casos importados da doença também confirmados nesta semana ocorreram todos na mesma família. Os pacientes, com idades entre 12 e 42 anos, moram na mesma casa que o doente infectado em Israel.
Embora a transmissão intrafamiliar tenha ocorrido dentro de São Paulo, a secretaria informou que, pelos critérios epidemiológicos do Ministério da Saúde, os casos foram considerados importados por estarem relacionados a uma infecção importada localizada (a de Israel).
Tanto no caso autóctone quanto nos importados, os pacientes não eram vacinados contra o sarampo, de acordo com o documento do CVE.
Além dos oito registros na capital paulista, 20 infecções já haviam sido confirmadas em Santos, na Baixada Santista, todas decorrentes de um surto que atingiu o navio MSC Seaview em fevereiro. Do total de vítimas no cruzeiro, 17 eram tripulantes, dois eram passageiros e um era profissional de saúde. Todos passam bem.