postado em 27/05/2019 04:05
Barão de Cocais (MG) ; O dia após a previsão de desabamento de parte da cava da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central, foi de aflição para a população, uma vez que a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) afirma que, mesmo sem o deslizamento, a Barragem Sul Superior está em risco iminente de rompimento. As igrejas, ontem, amanheceram repletas de fiéis e os pedidos mais urgentes em orações foram pela segurança da comunidade. Vários trabalhadores estão chegando e se hospedando na cidade para a construção de uma defesa a seis quilômetros do barramento, que muitos chamam de ;muro;, mas que se trata de uma barragem, uma vez que será usado para reter os rejeitos, impedindo que sigam pela calha do Rio São João até Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Pelo monitoramento, partes do talude da mina prestes a desabar se movimentaram 20 centímetros só ontem, o que representa o dobro do ritmo anual que a estrutura apresentava.A estrutura que a Vale prepara para bloquear o avanço da lama está em construção desde o dia 18, a 6 km da barragem Sul Superior. A área onde será erguida, no vale do Rio São João, já foi aberta pelas máquinas e o canteiro de obras está pronto. Caminhões, tratores e escavadeiras também aguardam para ser utilizadas na construção dessa estrutura de concreto que pode salvar as três cidades abaixo.
A barragem Sul Superior entrou no mapa das barragens em crise após a ruptura dos barramentos 1, 4 e 4A, em Brumadinho, responsável pela morte já confirmada de 242 pessoas e 28 desaparecidos, ao despejar 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos sobre o Vale do Rio Paraopeba. Em 9 de fevereiro, a população de Barão de Cocais recebeu o primeiro alerta de que a barragem não tinha garantia de estabilidade e que atingira seu nível três de gravidade ; risco iminente. De lá para cá, foram realizados dois simulados e 400 pessoas foram evacuadas da comunidade de Socorro.