O país perde, todos os anos, um volume de água tratada de 6,5 bilhões de metros cúbicos, o equivalente a mais de 7 mil piscinas olímpicas por dia, ou sete vezes o conteúdo das represas do Sistema Cantareira, que abastece a cidade de São Paulo, a maior metrópole do país. Os dados são de uma pesquisa da Trata Brasil, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) especializada no tema.
Esse problema, bem como a segurança hídrica e o desperdício de água, será discutido, no próximo dia 13, em um seminário realizado pelo Correio Braziliense, com a presença de especialistas e autoridades governamentais. As incrições para acompanhar o evento no auditório do jornal são gratuitas e estão abertas até o dia 12 ou o fim das vagas.
De acordo com o consultor técnico da Trata Brasil, Pedro Scazuscka, a pesquisa teve o objetivo de fazer o diagnóstico da situação de perda de água no país para subsidiar a discussão de medidas que possam diminuir o problema, já que, no futuro, a água tende a ser um bem cada vez mais escasso. ;Procuramos mostrar a água produzida que as empresas de abastecimento não conseguiram faturar, seja por perdas físicas, seja comerciais. Esse diagnóstico mostrou que, no Brasil, o custo dessa perda ficou acima de R$ 11 bilhões. De cada 100 litros produzidos, o Brasil perde 38. A pesquisa mostra o tamanho da ineficiência do sistema no país;, afirmou.
As perdas físicas analisadas pelo estudo incluem vazamento nas tubulações, limpeza, vazamentos estruturais, lavagem de filtros, descargas, vazamentos na rede e em ramais. O levantamento também considera as perdas aparentes (tidas como comerciais). São elas: ligações clandestinas, ligações sem hidrômetros, hidrômetros parados ou desregulados e ligações inativas reabertas.
Vazamentos
O consultor explica por que as perdas físicas ocorrem. ;A tendência de um sistema de produção de água é que cada vez tenha mais perda. Por isso, é necessário construir uma boa infraestrutura. As redes vão se desgastando, e a tendência é de que ocorram mais vazamentos. Para manter o nível de perda, tem que ter um grande esforço de conservação;, disse. Em relação às perdas comerciais, entra a questão de gestão de hidrômetros. ;Do lado da sociedade, as fraudes no abastecimento e as ligações clandestinas são as causas dessas perdas.;
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo