Ingrid Soares
postado em 11/06/2019 16:02
Ao longo de 18 anos, os planos de saúde individuais ficaram mais caros. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2000 e 2018 a taxa de inflação dos planos de saúde individuais chegou a 382% em 18 anos, valor superior à inflação geral de 208% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). [SAIBAMAIS] De acordo com a pasta, a diferença é ainda maior em relação ao IPCA Saúde, que registrou inflação de 180% no mesmo período, excluídos os reajustes de planos de saúde e cuidados pessoais. O crescimento médio anual dos preços dos planos de saúde (8,71%) foi maior que o dos serviços médicos e dentários (6,45%), dos produtos farmacêuticos e óticos (4,93%) e dos serviços laboratoriais e hospitalares (4,50%).
;O Brasil tem hoje mais de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde. Em função do aumento do desemprego e da queda da renda, nos últimos quatro anos, mais de três milhões de pessoas deixaram de ter planos de assistência médica;, diz um trecho da pesquisa.
Em dezembro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou uma nova metodologia para o reajuste dos planos individuais e familiares. O Ipea questiona se a medida evitará o aumento continuado dos planos de saúde e se reduzirá a judicialização, uma vez que deixou de fora os planos coletivos.
Esses planos ; que respondem por 80% dos usuários - não têm reajuste definido pela ANS, visto que o índice é determinado a partir da negociação entre a pessoa jurídica contratante e a operadora de plano de saúde.
O levantamento propõe, no futuro, estudos para a criação de outro índice de preços para todas as modalidades de planos de saúde, baseado na produção dos serviços médico-hospitalares, para servir de parâmetro, ao lado do IPCA Saúde, para a política de reajuste.
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirmou que, conforme ocorre em outros países, os preços dos serviços de saúde tendem a crescer acima da média dos demais preços da economia e que as despesas com assistência à saúde variam tanto em razão de alterações no preço dos procedimentos (consultas, exames e internações) como em razão de alterações na quantidade e tipos de serviços utilizados. ;Sendo assim, se entre um período e outro há aumento na realização de exames mais complexos, naturalmente haverá aumento nas despesas assistenciais", conclui.