Jornal Correio Braziliense

Brasil

Baleia jubarte se aproxima de banhistas na zona oeste do Rio

Momento foi gravado pelo kitesufista Giovani Mancuso, 27 anos, e divulgado no Youtube

Apesar de frequentar a praia da Barra da Tijuca há 20 anos, o kitesurfista Giovani Mancuso, de 27 anos, jamais havia avistado uma baleia por aqueles mares até a manhã deste domingo (30/6).


[SAIBAMAIS] Em seu perfil no Youtube, o atleta divulgou imagens dos saltos da jubarte que se aproximou de banhistas e praticantes de caiaque da costa fluminense. "Acho que todo mundo fica deslumbrado com um bicho desses. É um animal majestoso", contou ao jornal O Estado de S. Paulo.

O vídeo que registra a aparição do animal já conta com quase 15 mil visualizações. Segundo Mancuso, esse tipo de acontecimento faz com que ele valorize ainda mais o lugar onde vive e se conscientize da importância de preservá-lo.

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Essa não é a primeira vez que as baleias dão as caras no inverno carioca deste ano. Na manhã do último dia (17/6), sete canoístas se depararam com uma baleia jubarte enquanto remavam também na área da Barra.

Migração


De acordo com o coordenador ambiental do Instituto Baleia Jubarte, Sérgio Cipolotti, cenas como as descritas acima ficarão cada vez mais comuns. "Elas estão migrando da Antártida o litoral brasileiro para se reproduzirem. No início da temporada, as baleias passam pelo litoral paulista e Rio de Janeiro, antes de seguirem para o Abrolhos, no sul da Bahia, onde ficam até setembro", explica.

Cipolotti conta que, desde 1987, quando a caça às baleias foi proibida através da Lei Gastone, do então deputado federal pelo Estado de São Paulo Gastone Righi, a espécie tem conseguido se recuperar em quantidade. À época, no Brasil, eram estimadas apenas 500 baleias jubarte, enquanto hoje o número chega ultrapassa as 20 mil - a jubarte deixou, em 2014, a lista de animais em extinção.

O aumento da população das baleias, segundo o IBJ, é resultado de ações governamentais, aliadas a esforços da sociedade civil. "Saímos da lista de animais em extinção, mas ainda é uma espécie vulnerável. Ela ainda está suscetível a fatores com redes de pesca, colisão com grandes embarcações, acidentes com mineração ou petróleo e o aquecimento global", ressalta o coordenador de Comunicação do projeto Enrico Marcovaldi.

O coordenador Sérgio Cipoloti ressalta que, mesmo que sejam animais dóceis, as baleias jubartes podem ficar agressivas se estiverem junto a seus filhotes. Ele orienta que deve ser mantida, pelas embarcações, surfistas ou banhistas, uma distância mínima de 100 metros dos animais.

As orientações constam na portaria de n; 117 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que determina, entre outras coisas, que embarcações de turismo só podem se aproximar das jubartes por 30 minutos e que não podem produzir ruídos além daqueles gerados pela operação normal da embarcação.