postado em 04/07/2019 17:58
Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) escolheram uma loja da Havan, localizada em um shopping da capital paulista, para realizar um protesto contra a reforma da Previdência, nesta quinta-feira (4/7). O dono da rede de lojas, Luciano Hang, é conhecido por ser grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro e da reforma da Previdência.
Na manifestação, membros do MTST foram à loja, encheram carrinhos com compras e, na hora de pagar, apresentaram um "cheque simbólico" no valor de R$ 168 milhões ; valor de uma dívida que, segundo o movimento, o dono da empresa tem com a Receita Federal e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Pelas redes sociais, Guilherme Boulos, coordenador do MTST e candidato à Presidência pelo PSol em 2018, escreveu que é "preciso expor a hipocrisia de caloteiros que defendem a Reforma da Previdência".
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Em nota, a Havan disse que o protesto era "lamentável" e que o grupo "ameaçou funcionários, depredou a loja e seus produtos e tentou retirar itens da filial sem pagar". O comunicado também nega que Hang e a empresa sejam devedores da Previdência (veja nota na íntegra abaixo).
O Itaquá Garden Shopping, onde a loja da Havan estava localizada, informou, também por meio de nota, que o protesto foi rápido e sem vítimas. "O centro de compras reforça ainda que o estabelecimento não interrompeu seu funcionamento e reiteira que segue contribuindo com as autoridades, fornecendo toda a ajuda necessária".
Documento do Ministério Público Federal informa que a empresa tinha uma dívida cujo valor se aproximava de R$ 168 milhões em valores atualizados em 2004, e que houve uma negociação via Refis, programa para regularização tributária de empresários e pessoa física.
Nota da Havan na íntegra
"Na manhã de hoje, um grupo identificado como integrante do MTST esteve na loja da Havan de Itaquaquecetuba (SP). Apresentando informações falsas, afirmando que realizava protesto contra o Luciano Hang por seu apoio à Reforma da Previdência, o grupo ameaçou funcionários, depredou a loja e seus produtos, e tentou retirar itens da filial sem pagar.
É lamentável que, para supostamente expressarem sua opinião sobre o tema Política, o MTST opte por realizar um ato violento e voltado contra a pessoa do Luciano, ao invés de tratar de fato sobre a Previdência. É ainda mais reprovável que tentem constranger ilicitamente os colaboradores da loja durante seu período de trabalho e os clientes, no período de lazer.
A Havan e o empresário Luciano Hang esclarecem, ainda, que não são devedores da Previdência e pagam bilhões de reais em impostos e contribuições. Por isso é ilegal o ato do MTST, baseado em afirmações mentirosas e acompanhado de postura violenta e ofensiva.
As autoridades policiais foram chamadas e o grupo deixou o local".