postado em 05/07/2019 04:20
A Polícia Civil e o Ministério Público deflagaram, ontem, a Operação Salvator para cumprir 74 mandados de prisão e 93 de busca e apreensão contra uma milícia que atua em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro. A ação terminou com a detenção de pelo menos 50 pessoas, de acordo com a Polícia Civil do estado.
O grupo, que tem entre os acusados policiais militares e advogados, é investigado por extorsão, tortura, homicídio e manutenção de cemitérios clandestinos. Eles movimentavam cerca de R$ 500 mil por mês. A milícia ameaçava moradores e comerciantes desde que se estabeleceu na região, por volta de 2017, quando passou a controlar comunidades como Visconde de Itaboraí, Areal e Porto das Caixas, antes dominadas pelo Comando Vermelho.
Também foram detidos os autores da chacina que deixou 10 mortos em 20 de janeiro na cidade. Entre os chefes da milícia, Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que já estava preso, também é suspeito da morte da deputada Marielle Franco, em março do ano passado. De acordo com o Ministério Público, Curicica fornecia armamento e ;soldados; para a milícia local ; liderada por Renato dos Santos, conhecido como ;Renatinho problema; ou ;Natan; ;, e, em contrapartida, recebia um percentual dos valores arrecadados em Itaboraí.
Os agentes tentaram prender o ex-policial militar Alexandre Louback Geminiani, mas ele pulou do quarto andar do prédio onde estava e fugiu. A mulher que o acompanhava foi levada à delegacia para esclarecimentos. No local, foram encontradas diversas armas.
O policial militar Fábio Nascimento de Souza, o China, homem de confiança de Curicica, foi preso em casa, em Rio Bonito. Ele trabalhava na UPP Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Os agentes apreenderam uma pistola calibre 380 que estava com o PM.
Ontem, outra operação para prender milicianos foi deflagrada no Rio. Na ação, sete denunciados acabaram detidos por organização criminosa e lavagem de dinheiro, constatadas a partir de verificações de operações financeiras realizadas por integrantes da chamada Liga da Justiça, uma milícia que atua em bairros da Zona Oeste do Rio. Estima-se que os denunciados tenham movimentado mais de R$ 10 milhões.
* Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa