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PF prende em SP suspeito de transportar cocaína das Farc a cartéis mexicanos

Agência Estado
postado em 10/07/2019 11:36
A Polícia Federal (PF) prendeu na tarde de terça-feira, 9, o empresário Ronald Roland, acusado de integrar uma quadrilha que realizava transporte internacional de cocaína. Ele era investigado desde 2015 pela PF e é apontado como um dos principais articuladores de um esquema que levava drogas da Venezuela, Colômbia e Bolívia para os mercados do Brasil, Estados Unidos e Europa. Há quatro anos, Roland foi acusado de organizar o transporte de cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para os cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas. Ele estava foragido ao menos desde fevereiro, quando teve a prisão decretada pela Operação Flak, da PF no Tocantins. A Justiça chegou a pedir a inclusão do seu nome no sistema de difusão vermelha da Interpol. Roland foi preso em São Paulo durante o feriado da Revolução de 32. Ele teria sido encontrado após um descuido de sua mulher, que colocou em suas redes sociais o nome do restaurante Uru Mar y Parrilla, na zona leste da capital, onde os dois almoçavam. De acordo com a PF de Tocantins, ele deve prestar depoimento nesta quarta-feira, 10, e provavelmente permanecerá detido em São Paulo, onde já tem uma condenação. A Operação Flak, a última a mirar Roland, teve início há dois anos. O esquema chegou a recrutar até pilotos comerciais de "grande experiência". Segundo a PF, entre meados de 2017 e 2018 a quadrilha investigada realizou no mínimo 23 voos e transportou, em média, 400 quilos de cocaína em cada viagem, o que é equivalente a mais de nove toneladas. Só essa operação rendeu a Roland acusações por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo. Um dos principais acusados da Operação Flak continua foragido. A PF de Tocantins preferiu não divulgar o nome deste suspeito. Farc Em 2015, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Roland e o empresário Manoel Meleiro Gonsalez eram responsáveis pela entrega de toneladas de drogas aos cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas. Na época, o grupo comprava códigos de identificação do controle aéreo venezuelano. A droga era adquirida de representantes das Farc no país. Cada voo pagava até US$ 400 mil de propina a militares da Venezuela, como mostravam mensagens interceptadas pela PF nos celulares dos suspeitos.

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