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Mulher paga R$ 50 para amante matar marido dela e receber seguro de vida

Valor seria para pagar o táxi que buscou comparsas. Mulher alega que sofria agressões do marido

Deborah Lima*/Estado de Minas
postado em 10/07/2019 18:11
O amante da mulher teria recebido R$ 50 para cometer o crime

A Polícia Civil investiga o caso em que uma mulher mandou o amante matar o marido dela, Joaniz Divino de Almeida, de 33 anos, foi encontrado morto, dentro de casa, no último dia 2, no Bairro Mineirão, Região do Barreiro. O amante da mulher teria recebido R$ 50 para cometer o crime. A polícia aponta que ela estaria interessada em receber o seguro de vida do marido. A mulher alega que seria vítima de agressões. Pelo menos outros dois envolvidos são investigados.

A vítima foi encontrada com os pés e mãos amarrados e com marcas de esfaqueamento. Além disso, o encarregado de operações foi amordaçado. A polícia acredita que o crime foi planejado com antecedência. ;Nossa investigação levou a crer que o envolvimento com o amante era justamente para ter um apoio para matar o marido;, disse a delegada responsável pelo caso, Bianca Mondaini.

De acordo com a polícia, a motivação do crime seria a compensação financeira com a morte do marido. A mulher receberia o seguro de vida da empresa, no valor de R$ 30 mil e ainda seria herdeira da casa que estavam construindo, já em fase de acabamento, avaliada em R$ 300 mil.

O crime

No dia do crime, o homem saiu para trabalhar e a mulher foi para a casa do amante, Samuel, de 18 anos. A delegada afirma que nesse período os dois acertavam os últimos detalhes da dinâmica do crime.

A mulher voltou para sua casa e falou com o marido que estava passando mal e precisava ir ao hospital. ;Nesse momento, ele mandou uma mensagem muito carinhosa e muito preocupada com ela. Joaniz retorna à casa para levá-la ao médico. Nesse momento, ela alega que a casa foi invadida por três indivíduos que ela não conhecia. Com medo, disse que saiu e deixou o marido em casa;, contou a delegada.

As investigações apontam que o que contradiz a versão da acusada, de 37 anos, é sua atitude durante o dia. Por volta das 11h, ela foi a um comércio local e pediu para guardar o carro do marido. Ela falou com o dono ; conhecido do casal ; que o marido não estava em casa.

A mulher ainda foi ao bar e consumiu bebida alcoólica. Depois, foi a uma loja e comprou um guarda-roupas para a casa nova que eles estavam construindo. Por volta das 16h, ela voltou para casa e encontrou o marido morto. Em vez de chamar a polícia, ela ligou para o cunhado.
Contradição e frieza
A delegada responsável pelo caso afirmou que a mulher foi contraditória nos depoimentos. Em uma das versões, ela alegou que estava no quarto e que os assassinos mandaram-na sair.

Quando questionada sobre o fato de não ter acionado a polícia, ela diz que ficou com receio de ser morta. ;Em momento algum ela chamou a polícia ou o Samu. Chamou o irmão da vítima. Quando o irmão chegou, ela foi para o quarto se deitar porque estava cansada;, contou a delegada.

;Ela se comporta de uma maneira bem fria e contraditória, tem muita preocupação com os bens materiais. Todas as vezes que ela foi ouvida, entra em contradição;, completa.

Envolvidos

De acordo com as investigações, o amante da mulher teria contratado alguns conhecidos para realizar o homicídio. ;Estamos apurando o envolvimento de outros dois participantes. Segundo o amante, foram dois. A mulher ainda afirma que tem um terceiro envolvido;, disse Mondaini.

Durante as investigações, Samuel confirmou que foi contratado por ela. ;Ela alegava estar sofrendo com as agressões do marido, então propôs que o amante o matasse. Samuel disse que não tinha coragem, mas conhecia quem poderia fazer;, disse a delegada.

A delegada disse ainda que a mulher deu R$ 50 para o amante pagar o táxi e buscar os supostos envolvidos. Depois da execução, ela ainda deu o celular da vítima como forma de pagamento. O pagamento dos outros possíveis envolvidos ainda está em apuração.

A mulher e o amante foram presos. Se condenados por homicídio qualificado, podem cumprir de 12 a 30 anos de reclusão.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.

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