O termo ;relacionamento abusivo; tem sido bastante comentado em todo país. Isso se dá pela grande necessidade de identificar comportamentos agressivos em uma relação. Condutas abusivas podem ser determinadas por atitudes que agridam a vítima, física, mental ou sexualmente.
O gradativo aumento dos casos de violência doméstica no país geram, diariamente, manifestações e campanhas de conscientização a fim de combater costumes enraizados em uma sociedade machista.
Para evitar episódios de agressão e desgaste emocional, a promotora de Justiça Valéria Scarance, do Ministério Público de São Paulo, desenvolveu um projeto para auxiliar jovens a identificar comportamentos abusivos em um relacionamento. A cartilha ;Namoro Legal; já está disponível em PDF, no próprio site do MPSP.
O documento traz sete tópicos que auxiliam a distinguir se um relacionamento é ou não saudável. A intenção é reunir, de forma simples e prática, dicas de como um namoro respeitoso deve ser.
Aline de Brito**, de 22 anos, conta que viveu um relacionamento abusivo durante sua adolescência e que hoje consegue enxergar quais são os primeiros indícios de uma relação conturbada.
;Foi uma relação que durou 5 anos, com muitas idas e vindas. Eu não conseguia enxergar como era doentio. Sempre neguei isso, até pra mim mesma. Ele me proibia de usar a roupa que eu escolhi, de falar com qualquer pessoa, de sair com meus amigos; Talvez por isso ele conseguia me convencer de que eu não seria capaz de viver sem ele.;
Aline acrescenta ainda que campanhas como a cartilha ;Namoro Legal; são necessárias para que a vítima perceba que tem apoio e auxílio em situações de risco.
; É muito importante saber que não está sozinha nesse momento. Que tem alguém que se importa e está ali pra te ajudar. Muitas meninas continuam vivendo esses relacionamentos por medo ou vergonha de contar pra alguém. Por muito tempo, esse foi o meu caso.;
Violência em números
As denúncias dos casos de violências contra a mulher têm relação direta com as campanhas de conscientização, que enfatizam a importância registrar ocorrências.
De acordo com a Pesquisa Visível e Invisível 2019, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 42 % das mulheres entre 16 e 24 anos sofreram violência doméstica em 2018. Em relação ao perfil do agressor, o padrão define que 76,4% pessoas são conhecidas da vítima. Dentre estes, 23,8% se enquadram na categoria cônjuge, companheiro ou namorado.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) afirmam que, no primeiro semestre deste ano, em relação aos casos de violência doméstica (Lei Maria da Penha 11.340/2006), foram registrados 7.820 casos nos primeiros seis meses deste ano. Em igual período de 2018, 7.618.
Em 2018, o Programa de Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid), da Polícia Militar, para mulheres vítimas de violência doméstica realizou 10.594 visitas e atendeu 2.363 pessoas. Das vítimas monitoradas, 1.064 são mulheres.
Para atender mulheres vítimas de abuso domiciliar, a Delegacia de Atendimento à mulher, localizada na 204/205, Asa Sul, conta com serviço 24h. O atendimento também pode ser feito pelo telefone 3207-6172/6195.
** Nome fictício