Agência Estado
postado em 18/07/2019 18:01
Depois de ter ficado hospitalizada quase seis meses, a última vítima da tragédia de Brumadinho que estava internada recebeu alta. Talita Cristina Oliveira de Souza, de 16 anos, deixou o Hospital Mater Dei, em Betim, na Grande Belo Horizonte, nesta quarta-feira, 17. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e a Defesa de Civil ainda buscam 22 desaparecidos após o rompimento no dia 25 de janeiro da Barragem Mina do Córrego do Feijão, que deixou ainda 248 mortos.
Resgata pelos bombeiros de helicóptero da lama de rejeitos, Talita foi submetida a quatro cirurgias para reparar as fraturas no quadril e em uma das pernas. Nesta quinta-feira, 18, 175º dia de trabalho, uma equipe de 145 homens realizam buscas em Brumadinho, com 198 máquinas e um cachorro.
A Vale e o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Minas assinaram um acordo na segunda-feira, 15, estabelecendo os termos das indenizações a parentes das vítimas. Segundo o MPT, cônjuges ou companheiros, filhos, mães e pais de pessoas que morreram em decorrência da tragédia deverão receber individualmente R$ 700 mil, valor que engloba reparação ao dano moral e pagamento de seguro por acidente de trabalho; irmãos receberão R$ 150 mil.
Está previsto também o pagamento, a ser concretizado no dia 6 de agosto, de R$ 400 milhões pela empresa de mineração a título de reparação ao dano moral coletivo. A Vale declarou que, com o acordo, a Justiça determinou a liberação de R$ 1,6 bilhão que estava bloqueado.
O MPT apontou que, para reparar o dano material, ou seja, "restaurar a renda mensal das famílias de trabalhadores falecidos", o dependente da vítima receberá pensão mensal vitalícia até os 75 anos. A idade segue a expectativa de vida de um brasileiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor não poderá ficar abaixo dos R$ 800 mil e poderá ser pago em parcela única. A quantia, segundo a mineradora, será entregue ao núcleo de dependentes. Leia aqui o acordo entre a Vale e o MPT.