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Dados precários

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 22/07/2019 04:04
A principal matéria para construção de políticas públicas para atender moradores de rua, incluindo aqueles advindos da classe média, são as pesquisas, levantamentos que apontem a quantidade de pessoas nessa situação, os motivos que as levaram para as ruas e quais as necessidades dessa parcela dos brasileiros. O problema é que essas pesquisas praticamente inexistem. Em janeiro, a Justiça do Rio obrigou o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) a incluir a população de rua no censo de 2020.

Há um levantamento do extinto Ministério do Desenvolvimento Social, que data de 2009, e um do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais recente, de 2016. Segundo este último, ;composto por pessoas com 18 anos completos ou mais vivendo em situação de rua em 48 municípios com mais de 300 mil habitantes e em 23 capitais;, a falta de dados agrava a invisibilidade de pessoas em situação de rua. A pesquisa do Ipea apontou que, à época, existiam 101.854 brasileiros vivendo ao relento.

;Desse total;, diz o texto, estima-se que 40,1% habitam ;municípios com mais de 900 mil habitantes;. Outros 77,02%, ;municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes;. ;Por sua vez, estima-se que nos 3.919 municípios com até 10 mil habitantes habitem 6.757 pessoas em situação de rua, (6,63% do total). Ou seja, a população em situação de rua se concentra fortemente em municípios maiores;, aferiu o estudo, que também alerta para a importância de incluir esses grupos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

No Distrito Federal, em 2016, cerca de 2,5 mil pessoas viviam nas ruas. Em 2017, eram 3 mil. Esse continua sendo o dado disponível na Secretaria de Desenvolvimento Social da capital. Segundo e-mail enviado pelo órgão, ;não é possível precisar o número exato de moradores de rua nem de seu ponto de passagem anterior, pois muitos são nômades;. Corrobora com a pesquisa do Ipea que esses grupos procuram os maiores centros urbanos, como Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto.

Ainda segundo os dados repassados pela secretaria, ;houve um aumento de aproximadamente 50% nos últimos quatro anos;. O trato do órgão com essa parcela da população se dá por abordagem social. A capital federal tem 30 equipes para o serviço, realizado diariamente. ;Durante esse trabalho, nos espaços públicos, são apresentados os serviços socioassistenciais e oferecido encaminhamento psicossocial, ou para um dos centros de atendimento ou no núcleo de acolhimento da pasta. É importante destacar que mais de 100 profissionais que compõem essas equipes são pessoas que viveram na rua no Distrito Federal e hoje superaram essa condição;, afirma o governo. (LC)


50%
Aumento da população de rua no últimos quatros anos no DF, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social




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