Gabriel Ronan/Estado de Minas
postado em 01/08/2019 10:40
A Polícia Civil finalizou, nessa quarta-feira (31/7), o inquérito que investigava os crimes cometidos por Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, pai suspeito de roubar dinheiro que seria destinado ao tratamento do próprio filho. O homem fugiu com mais de R$ 1 milhão e vivia vida de luxo em Salvador, tudo pago por meio de uma campanha realizada para compra de medicamento do pequeno João Miguel, de 1 ano e sete meses, diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME).
Segundo a corporação, o delegado Daniel Gomes, responsável pelo caso, indiciou o suspeito por quatro crimes: estelionato, apropriação e desvio de valores de pessoa portadora de deficiência, abandono material e falsa comunicação de crime.
As investigações mostram que, desde maio, o acusado saiu de casa e, ainda assim, continuou fomentando as campanhas por meio das redes sociais e enganando a população de Conselheiro Lafaiete, na Região Central do estado, onde a família mora. Por isso, Mateus vai responder pelo crime de estelionato, cuja pena varia de um a cinco anos de prisão.
A partir de maio, ele começou a queimar o dinheiro da vaquinha com festas, maconha, bebidas, hospedagem em apart hotel de luxo e turismo. Assim, ele pode enfrentar uma pena de um a quatro anos de prisão por apropriação e desvio de valores de pessoa portadora de deficiência.
Além disso, Mateus foi indiciado pelo crime de abandono material, uma vez que abandonou sua esposa e filhos menores de idade. Além de João Miguel, o casal tem uma criança de 10 anos. O núcleo familiar, evidentemente, dependia do rendimento mensal de R$ 1,2 mil do suspeito para custear as despesas da casa. Por esse crime, ele pode pegar até quatro anos de prisão.
Além disso, de acordo com o delegado Daniel Gomes, os dados levantados demonstram que Mateus mentiu durante seu interrogatório. Ele apresentou uma versão de que teria sido extorquido por um traficante, mas a polícia não conseguiu avançar nas apurações.
Por isso, Mateus pode ser condenado por falsa comunicação de crime, com pena de um a seis meses de prisão.;Deixa a polícia investigar e vocês (jornalistas) vão saber o que era. Ostentação não existiu. Eu peço desculpa, mas queria deixar minha família intacta, em segurança;, disse o suspeito à imprensa no dia em que foi preso.
Outras investigações
Apesar dos indiciamentos desta quarta, a pena de Mateus pode ficar ainda maior. Isso porque a Polícia Civil já abriu outro inquérito contra ele.
O objetivo é investigar os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. No entanto, os trabalhos ainda estão no início.
Prostituição
Novos detalhes do golpe aplicado por Mateus Henrique Leroy Alves surgiram no início desta semana. Em interrogatório, .
;Ele ficaria responsável para levar mulheres de Minas para trabalhar lá;, afirma o delegado Daniel Gomes. ;Seiscentos mil é um valor muito alto, por mais que esteja gastando demais. Já conseguimos encontrar R$ 50 mil, que foi investido na casa de prostituição. Vamos continuar analisando o histórico bancário para tentar onde foi investido e bloquear;, completou.
O caso
Mateus foi preso no último dia 22 pela polícia em Salvador. O pai de João Miguel vivia uma vida de luxo na capital baiana, de frente pra praia, com roupas e acessórios de marca e entorpecentes. Ele morava em um apart hotel e já havia quitado dois meses de aluguel adiantados. Tudo bancado com o dinheiro que deveria ser destinado à compra do remédio do filho.
As investigações começaram no início de julho, quando a mãe da criança procurou a delegacia de Conselheiro Lafaiete. Durante as investigações, a polícia obteve a quebra do sigilo bancário do acusado e pôde avançar ainda mais nas investigações.
No total, eram quatro contas-correntes, sendo duas administradas pela progenitora e duas pelo suspeito. Mateus Henrique tinha as senhas da mulher e, por meio delas, fazia transferências para suas contas a partir dos sistemas de internet banking.
Mateus deixou Conselheiro Lafaiete em 8 de maio. Ele contou à família que iria para Belo Horizonte com objetivo de fazer um curso de vigilante.
Contudo, nunca dava explicações sobre o curso. Ele visitou a cidade do interior por duas oportunidades durante o período, ambas passagens rápidas. O suspeito está casado com sua mulher há 13 anos. O casal teve dois filhos, um de 10 e o mais novo que sofre com
Com João Henrique do Vale, do Estado de Minas