Agência Estado
postado em 01/08/2019 18:20
O presidente Jair Bolsonaro admite que houve aumento no desmatamento da Amazônia, mas alega que não da forma como "estão dizendo". Bolsonaro defende que o crescimento é menor do que os 88% identificados por meio de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pois é preciso levar em conta falhas no sistema de monitoramento, áreas sobrepostas, ou seja, que já haviam sido identificadas anteriormente, e a recuperação vegetal ocorrida após ocorrências de desmatamento.
Questionado se está preocupado com o aumento das áreas desflorestadas, Bolsonaro disse que quer "cumprir a lei" e que não tem nada contra o "desmatamento legal". "O desmatamento sendo legal ninguém tem nada contra. As propriedades na região amazônica, por exemplo, 20% para ser desmatado. Isso faz parte. Eu quero é cumprir a lei", disse.
"Não tenho ojeriza nem fobia ao meio ambiente, eu quero cumprir a lei. Se estiver errada a lei, a gente busca alterar no parlamento. Na minha opinião (o desmatamento) está aumentando, mas não desta forma como estão dizendo."
Em conversa com jornalistas, ao lado de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o governo não nega o aumento no desmatamento como um todo. "Nosso objetivo não foi em nenhum momento esconder informação ou negar uma realidade, realidade essa do desmatamento na Amazônia que vem aumentando desde 2012 por diversas razões", afirmou Ricardo Salles.
Entre as razões, o ministro citou "pressão ilegal sobre a floresta". "Nós precisamos, a partir dessa discussão da real análise dos números tratar de maneira franca, aberta e direta quais as razões pra o desmatamento ilegal e de que forma dar alternativas de dinamismo econômico para aqueles que vivem na região."
Salles também declarou que a questão do desmatamento é "apolítica" e que não é o objetivo do atual governo "alocar" os números em outra gestão. "Essa questão do desmatamento é apolítica. Não se trata de alocar números em um governo, neste ou em outro. Simplesmente dizer que não aconteceu em junho de 2019 e que o salto de 88% está equivocado. Isso deveria ser computado e a fragilidade do sistema não permitiu", declarou.