postado em 02/08/2019 04:05
A Polícia Civil indiciou por homicídio doloso e associação criminosa 22 dos 30 presos que estavam no caminhão-cela em que foram encontrados quatro detentos mortos por sufocamento, no Pará. O veículo transportava líderes de uma facção criminosa responsável pelo conflito no Centro de Recuperação Regional de Altamira, na segunda-feira passada, no qual 58 pessoas perderam a vida.
Outros quatro presos que se encontravam no caminhão estavam em uma cela fechada e algemados, portanto, não participaram da ação, conforme investigação policial. Os 22 detentos autuados passaram ontem por audiência de custódia no Judiciário.
De acordo com o ex-presidente da OAB de Altamira e representante da Associação Brasileira de Advocacia Criminal (Abracrim), Joaquim Freitas, a rebelião poderia ter sido antecipada pela direção do presídio. ;A quem devemos responsabilizar? Houve falta de gerência. Onde estava o sistema de inteligência da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) e Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará? Por que não se anteciparam a esses fatos?;, questionou.
Segundo Freitas, o presídio de Altamira possui falhas: ;Não há um local em que possam estudar, não existem oportunidades de capacitação profissional, de trabalho ou de desenvolvimento intelectual. Não há qualquer tipo de oportunidade de ocupação para os detentos;, disse. ;Havia presos com armas caseiras, um presídio superlotado. Será que não era possível identificar que existiam facções criminosas? O que aconteceu poderia ser evitado;, afirmou.
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo