Brasil

Ministra Tereza Cristina diz que liberação de agrotóxicos não traz riscos

De acordo com a chefe do Ministério da Agricultura, exigências continuam as mesmas

Agência Brasil
postado em 05/08/2019 15:23
Tereza Cristina acredita que o tema do desmatamento também precise de ações focadas na comunicaçãoA ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira (5/8) que a liberação de agrotóxicos não coloca em risco a saúde dos consumidores nem o meio ambiente. Segundo ela, a liberação de registro para que novos produtos sejam usados no país foi acelerada, mas as exigências continuam as mesmas.

;Não mudou nada, o que mudou, somente, foi a celeridade. Foi colocado mais gente no Ministério da Agricultura, pesquisadores da Embrapa que vieram ajudar essa fila [de pedidos de registro]. Foi colocado mais gente no Ministério de Meio Ambiente, também a fila anda. E a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] resolveu pegar esse assunto em que o Brasil está muito atrasado em relação a outros países;, disse após participar da abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio.

[SAIBAMAIS]A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, acompanhada do secretário-executivo, Marcos Montes, abre a Reunião de Vice-Ministros de Agricultura do Brics

Os pesticidas e herbicidas usados no Brasil também são, de acordo com Tereza Cristina, usados em outras partes do mundo. ;Quase todos os países do mundo já usam esses produtos. E quando não usam é porque não precisam;, disse sobre a segurança dos produtos.

Para a ministra, há uma má compreensão sobre o assunto. ;É inadmissível que o agronegócio brasileiro tenha tido nessa última semana um bombardeio pela mídia nacional, querendo colocar desinformação aos brasileiros, falando sobre o alimento inseguro, o que não é verdade;, acrescentou.

Na quarta-feira passada (31/8), foi publicado no Diário Oficial da União o marco regulatório para agrotóxicos. Detalhado por meio de três resoluções e uma instrução normativa, o marco atualiza e dá maior clareza aos critérios adotados para avaliação e classificação toxicológica desse tipo de produto. Estão previstas alterações nos rótulos e nas bulas dos agrotóxicos, definindo regras para a disposição de informações, palavras e imagens de alerta.

Como forma de combater as críticas, a ministra defendeu um reforço nas ações de comunicação direta e mediação com jornalistas sobre os temas relativos ao agronegócio brasileiro. ;Nós precisamos ganhar a guerra da comunicação;, enfatizou.

Desmatamento

Tereza Cristina acredita que o tema do desmatamento também precise de ações focadas na comunicação. ;Nós apanhamos da mídia internacional direto;, reclamou sobre as reportagens publicadas sobre o desmatamento no país. ;Ninguém é mais sustentável do que o Brasil;, rebateu ao afirmar que, via de regra, os produtores rurais mantêm grande parte dos imóveis preservando a vegetação nativa.

Nesse sentido, a ministra defendeu mais cuidado na divulgação do monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A partir da análise das informações do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) foi apontado um aumento de 88% na derrubada da floresta em junho deste ano em comparação com o mesmo mês de 2018, com a perda de 920,4 quilômetros quadrados de mata.

;O Inpe é um instituto importante. Agora, ele colocou, primeiramente, os dados que são de alerta, em que você não tem a área desmatada. Esse dado precisaria ser melhor trabalhado para ser colocado à disposição de todos;, disse Teresa Cristina. ;Nós precisamos trabalhar melhor essas informações para colocar para a população e para o mundo, para que não gere toda essa celeuma. E às vezes é uma coisa muito pequena;, acrescentou.

Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateu a informação sobre desmatamento afirmando que pelo menos 31% do total do desmatamento apurado em junho ocorreram em anos anteriores, principalmente em 2017 e 2018, mas só foram computados depois. Para chegar a essa conclusão, segundo ele, foram analisadas imagens de 56% das áreas desflorestadas em junho indicadas pelo Deter.

Também na semana passada, o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, foi exonerado depois de entrar em polêmica com o presidente Jair Bolsonaro sobre os dados do desmatamento.

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