Philipe Santos
postado em 05/08/2019 18:03
O vendedor Rogério Lemes Coelho afirmou pelas redes sociais, nesta segunda-feira (5/8), que foi preso no último domingo, durante o jogo entre Corinthians e Palmeiras, em São Paulo, porque protestava contra o presidente Jair Bolsonaro. Em uma postagem no Facebook, Coelho, que é corintiano, disse que foi "humilhado" e "algemado" porque expressou "opinião contra o atual governo"."Gente boa do meu Brasil , hoje entrei na Arena Corinthians expondo minha opinião contra o atual governo e olha o q aconteceu! preso!", escreveu na internet, além de postar fotos do boletim de ocorrência (não criminal) e das mãos, que teriam sido feridas pela ação de dois policiais militares que o abordaram.
A postagem, que, até o fim da tarde desta segunda-feira, contava com quase 900 compartilhamentos, foi seguida de uma série de comentários. Enquanto muitos internautas, inclusive palmeirenses, demonstravam solidariedade a Coelho, outros diziam que as arquibancadas não deveriam ser lugar de manifestações políticas.
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Procurada pelo Correio, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a medida "foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada" (veja a íntegra da nota abaixo).
Ainda segundo a pasta, "não houve prisão", mas a "condução" do torcedor por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians. No boletim de ocorrência postado na internet, lê-se que os policiais militares que abordaram Coelho o levaram a uma "delegacia", porque viram o torcedor gritando palavras contra Bolsonaro e que, "para evitar um princípio de tumulto, o abordaram e o conduziram a esta Delegacia utilizando os meios necessários".
Leia a nota da SSP sobre o episódio
"A SSP esclarece que todas as polícias de São Paulo são instrumentos do Estado Democrático de Direito e não pautam suas ações por orientações políticas. Entre as atribuições da Polícia Militar estão: proteger as pessoas, fazer cumprir as leis, combater o crime e preservar a ordem pública. No caso em questão, a conduta foi adotada para preservar a integridade física do torcedor, que proferia palavras contra o presidente da República, o que causou animosidade com outros torcedores, com potencial de gerar tumulto e violência generalizada. A pasta informa que não houve prisão, mas a condução dele por policiais militares ao posto do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro da Arena Corinthians, onde foi registrado boletim de ocorrência não criminal e depois liberado para voltar a assistir à partida de futebol."