postado em 13/08/2019 04:04
Apesar de uma alimentação adequada e saudável ser uma necessidade básica, os brasileiros têm mudado o cardápio e se alimentado de forma cada vez pior, dizem especialistas. A mudança traz consequências visíveis, como aumento da obesidade e sobrepeso, além de doenças crônicas relacionadas, como câncer, diabetes e doenças do coração. Políticas públicas, hábitos e ambientes alimentares são alguns dos temas que serão debatidos no Correio na próxima quarta-feira.
O seminário Os Desafios da alimentação saudável no Brasil terá dois blocos e vai contar com a presença de especialistas: do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; e do professor da Universidade de Auckland, Boyd Swinburn. O credenciamento para o evento, que acontece no auditório do Correio, começa às 8h da manhã.
O coordenador da unidade técnica do Conselho Federal de Nutricionistas, Juarez Calil Alexandre, explicou que os desafios que o Brasil enfrenta por causa da má alimentação são os mesmos em todo o Ocidente. Segundo ele, o problema agravou o número de ocorrências de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, do tipo hipertensão e hipercolesterolemia; diabetes, câncer e doenças pulmonares.
Ele explica que essas doenças não são infectocontagiosas, porém, se agravam quando há um estilo de vida menos saudável e sedentário. O coordenador disse, ainda, que é comum designar esse processo que ocorreu no Ocidente de transição epidemiológica. ;Foi um processo gradual que começou com desnutrição e acabou chegando até a obesidade na década de 1980. O problema começou a ser notado, portanto, agravou-se nos anos 1990 e 2000;, disse.
Para conscientizar a população sobre reeducação alimentar, há dois tipos de profissionais: os nutricionistas e os nutrólogos, cuja função é restabelecer o equilíbrio e a educação alimentar. São especialidades que ajudam o paciente a se alimentar corretamente, pois eles verificam as deficiências e excessos na alimentação de cada um em relação ao metabolismo.
A nutricionista Larissa Carvalho, especialista em nutrição comportamental, aconselha a ficar atento ao escolher alimentos nos supermercados. ;Primeiramente, é preciso observar melhor os ingredientes descritos no rótulo do produto. Os ingredientes dos alimentos processados são difíceis de ler, mas é preciso buscar informação sobre a composição deles;, explicou.
De acordo com Larissa, um menor número de ingredientes, em geral, significa menores aditivos químicos. Ela aconselha a procurar alimentos naturais e orgânicos, para uma dieta mais balanceada, e reforça que muitas dietas não funcionam para todos os pacientes, portanto, é preciso buscar um profissional.
* Estagiário sob supervisão de Cláudia Dianni