Rafaela Gonçalves*
postado em 14/08/2019 14:30
Para o professor titular da USP e coordenador do NUPENS, Carlos Monteiro, a composição de embalagens dos alimentos ultraprocessados precisam ser incorporadas a uma especificação mais rigorosa. ;O plástico da embalagem está em uma questão muito anterior que teria que ser objeto da vigilância e as pessoas da área que trabalham em food safety começaram a se preocupar com isso. É preciso incorporar a segurança alimentar nessa questão de aditivos de plástico e de embalagem, isso é tão importante quanto a alimentação, coliformes;, diz o professor.[SAIBAMAIS] Monteiro acredita que a questão pode ser comparada ao uso de agrotóxicos. ;Na área dos agrotóxicos a questão é ter critérios mais rigorosos possíveis no ponto de vista de proteger a saúde humana e mais do que isso, fazer eles serem obedecidos. Agora na questão dos alimentos ultraprocessados a legislação é praticamente inexistente nessa área. Eu acho que é uma prioridade para a Anvisa.;, afirma.
O especialista ainda ressalta três das políticas públicas mais eficientes e necessárias para no combate aos alimentos ultraprocessados. ;Uma é a rotulagem nutricional, porque a rotulagem é limitada quando vai falar dos aditivos. Outra questão são os impostos, a gente subsidia a coca-cola hoje, e temos que olhar também para esse problema de essa obesidade. Como eu falei, tem um milhão de novos casos de obesos e 300 mil novos casos de diabetes, se colocar isso no papel e ver quanto isso custa para o país e para o SUS. E por último o marketing, que para mim isso nem se fala. Na verdade a gente não tem nenhum projeto e está muito longe de conseguir isso.;, afirma.