postado em 15/08/2019 04:04
Em 2018, 19,8% dos brasileiros das capitais dos 26 estados estavam obesos. Entre 1975 e 2013, o número de pessoas com problema de sobrepeso subiu de 5,4% para 21%. E, mesmo sem um balanço consolidado de 2019, é seguro dizer que o percentual será ainda maior. Nem o Brasil, nem nenhum outro país no mundo conseguiu deter a epidemia de obesidade que afeta a humanidade. Quem explica é o professor Carlos Monteiro, médico, doutor em saúde pública e coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da Universidade de São Paulo (USP).
O especialista trava uma luta de longo tempo contra a alimentação ultraprocessada, e fez uma apresentação sobre o tema no Correio Debate. Segundo ele, se comparados, alimentos ultraprocessados têm mais açúcares e gorduras, enquanto os não processados têm mais fibras e proteínas. Outro problema são as ações de marketing ;sofisticada e agressiva; para convencer o consumidor a comprar os produtos sem levar em conta o valor nutricional. ;Hoje em dia, no sistema alimentar, o produtor de alimentos ultraprocessados tem muito mais poder que o consumidor. São grandes empresas internacionais. Esse poder precisa ser pensado, contrabalanceado com regulações de publicidade e políticas fiscais, que podem reduzir o poder dessas empresas;, discursou. Monteiro ensina: quando você consome um alimento não saudável, deixa de consumir um saudável. ;Políticas públicas são a única forma de contrabalançar essas empresas, que têm um poder muito grande e produzem alimentos não saudáveis;, alertou. (LC)