Philipe Santos
postado em 16/08/2019 15:15
São Paulo - Em um ano e meio, quase mil vidas foram salvas em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) da rede pública, em quase todo o Brasil, de acordo com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.
Segundo o Proadi-SUS, o resultado é graças ao projeto "Saúde em Nossas Mãos - Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil", que tem como objetivo reduzir três dos tipos mais frequentes de infecções relacionadas à assistência à saúde em UTIs.
Sendo elas relacionadas à cateter venoso central, pneumonia com ventilação mecânica e ao trato urinário com cateter vesical. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções hospitalares são a quarta maior causa de doença no mundo.
Através de princípios estabelecidos pelo Ministério da saúde e pela Anvisa, o projeto promove melhorias de processos e de cuidados nas UTIs, de acordo com planos pré-estabelecidos e adaptados para a realidade de cada hospital. Para alcançar os objetivos, os profissionais dos hospitais são capacitados e treinados.
Para o secretário da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Francisco de Assis Figueiredo, os profissionais treinados precisam espalhar o conhecimento adquirido para que o programa atinge os hospitais de todo o país. "O impacto disso no cidadão, na família, no colaborador e no gestor fará nós impactamos o sistema; Nós podemos entregar uma saúde melhor para o país", afirma.
A especialista-técnica do Programa Nacional de Segurança do Paciente do Ministério da Saúde, Luciana Ue, explica que o programa também é integrado com o paciente e com quem o acompanha. "Ele (acompanhante) aprende o momento de higienizar as mãos, como tem que se portar perto do paciente; Aprende, por exemplo, que não pode ir de um leito para o outro. São coisas pequenas que contribuem no resultado", exemplifica.
Metas e números
Lançado em janeiro de 2018, o programa superou a meta reduzir em 30% às infecções na rede pública e alcançou 33,4%, em 119 hospitais da rede pública em 24 estados e no Distrito Federal. Os dados divulgados também apontam que mais de 2,8 mil infecções foram evitadas e que 978 vidas foram salvas, gerando uma economia de quase R$ 150 milhões ao SUS.
Além do Proadi-SUS e do Ministério da Saúde, o programa é executado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital do Coração (Hcor), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinho de Vento e Hospital Sírio-libanês. E ainda conta com o apoio técnico internacional do Institute for Healthcare Improvement (IHI).
O recurso utilizado no programa são dos hospitais particulares participantes, que, em contrapartida, ganham imunidade fiscal. O projeto vale para o triênio 2018-2020, juntamente com outros 137.
*O repórter viajou a convite do Proadi-SUS