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Bolsonaro acusa ONGs

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 22/08/2019 04:05

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que o aumento dos focos de incêndios pode estar atrelados ao bloqueio de recursos imposto pelo governo federal para Organizações não Governamentais (ONGs). Segundo o chefe do Executivo, representantes dessas instituições poderiam promover os crimes para ;chamar a atenção; contra o governo.

Bolsonaro, no entanto, não apresentou provas e o discurso foi baseado em leituras próprias. A teoria de Bolsonaro foi externada em duas ocasiões ontem. A primeira declaração ocorreu na saída do Palácio da Alvorada, e a segunda, durante pronunciamento no Congresso Aço Brasil. ;A questão da queimada, no meu entender, pode ter sido potencializada por ONGs, pois perderam dinheiro.;

Mais cedo, ele destrinchou melhor a teoria, deixando claro que se trata de uma análise própria. ;Não estou afirmando. Temos que combater o crime, depois a gente vê o possível responsável pelo crime;, disse. Para Bolsonaro, há uma ;guerra da informação; em curso no país, da qual ele acredita que essas organizações estão vencendo, por supostamente transmitirem a imagem de que o governo é o ;vilão;. ;É isso que o tempo todo tento alertar o povo;, disse.

;Pode estar havendo ; pode, não estou afirmando ; ação criminosa desses ;ongueiros; para, diretamente, chamar a atenção contra minha pessoa, contra o governo do Brasil. Vamos fazer o possível e impossível para conter esses incêndios criminosos;, declarou. O governo, garantiu Bolsonaro, é sensível à pauta. ;O governo não está insensível para isso. O Ibama está agindo, mas pode imaginar o tamanho da Amazônia;, destacou.

Segundo o porta-voz, que não soube precisar de onde vieram as informações do presidente, ;antes de se candidatar, Bolsonaro percorreu toda a nação, praticamente todos os estados e conviveu com vários apoiadores. Ele estabeleceu naturalmente, uma rede de colaboração que o abastece a partir de percepções locais, que são posteriormente checadas pelos órgãos ligados ao presidente;.

Em Salvador, durante participação na Semana do Clima da América Latina e Caribe, da Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi vaiado por manifestantes que protestavam contra a falta de ações da pasta no combate às queimadas na Amazônia.

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