Brasil

Manifestações em 20 cidades pela Amazônia

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/08/2019 04:05
Manifestantes reunidos em Manaus pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro:  movimentos se preparam para novas demonstrações, já  que risco de fogo continua até o fim do período seco em novembro

Manifestações em defesa da Amazônia movimentaram 20 cidades brasileiras ontem, dando continuidade aos protestos de sexta-feira em defesa da Amazônia e contra a gestão ambiental do governo federal. Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins registraram protestos pacíficos. No Distrito Federal, onde se concentra o poder, um ato foi marcado, mas não houve adesão.

Na capital de Alagoas, manifestantes protestaram com caminhada na orla de Maceió, carregando faixas e cartazes com referências à importância da Amazônia e falta de políticas públicas para a preservação do patrimônio ambiental. Em Manaus, no Amazonas, um grupo se concentrou em frente ao Instituto de Educação do Amazonas (IEA), seguindo para o centro. A população gritou palavras de ordem e entoou músicas de alerta à preservação.

O ato organizado em Fortaleza, no Ceará, contou com integrantes de movimentos sociais e universitários, além de políticos, artistas locais e a sociedade civil. Discursos e debates foram organizados em rápida atividade na frente da prefeitura de Cuiabá, no Mato Grosso, uma das cidades que receberão ajuda do governo para diminuir as perdas causadas pelo desmatamento da Amazônia.

No Recife, capital de Pernambuco, houve discussão sobre o aumento das queimadas na região Nordeste e a população pressionou o governo local a se manifestar contra o desmatamento. Em Teresina, no Piauí, e em Natal, no Rio Grande do Norte, houve caminhadas e críticas ao Ibama. Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, houve adesão da comunidade LGBT+ e de grupos ligados aos direitos das mulheres.





Florianópolis (SC) e São Paulo (SP) abrigaram os eventos mais volumosos do país, ainda que não haja nenhum levantamento numérico sobre a quantidade de pessoas nas ruas. As Polícias Militares dos estados não registraram confusões e ninguém foi detido durante os atos organizados no sábado. Sorocaba, Campinas e São Carlos, em São Paulo, também se movimentaram em defesa do fim das queimadas.

A gravidade da situação da Amazônia é traduzida pelos números do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Segundo o órgão, de janeiro a agosto de 2019, foram identificados 39.033 focos de queimadas na floresta, um aumento de quase duas vezes e meia o verificado no ano passado.

No último dia 19, quando um fenômeno fez a cidade de São Paulo escurecer por volta das 15h, especialistas apontaram as queimadas na Amazônia como possível responsável pelo fenômeno que fez o dia parecer noite. As tensões em torno do assunto aumentaram com as reações do presidente Jair Bolsonaro, que acusou ONGs de envolvimento nas queimadas e disse que, por trás da defesa da Amazônia, há o interesse de vários países em explorar a região.


39.033
foi número de focos de incêndio registrados entre janeiro e 22 de agosto deste ano


278%
no aumento de alertas de desmatamento, na comparação entre julho de 2018 e julho de 2019

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