postado em 01/09/2019 04:05
A professora Larissa Bombardi, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), classificou como alarmante a ampliação cada vez maior do número de agrotóxicos comercializados no país. Ela é autora do atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, publicado em 2017, que resultou de pós-doutorado realizado na Universidade de Strathclyde, na Escócia.;Para se ter uma ideia da situação alarmante, 30% dos agrotóxicos vendidos no país têm classificação toxicológica classe 1 para a saúde humana, ou seja, são os mais nocivos. Além disso, 50% dos agrotóxicos comercializados no Brasil têm classificação toxicológica classe 2 para o meio ambiente, ou seja, altamente ofensivos;, disse a docente.
Segundo ela, além do aumento no número de validações, preocupa o fato de que 30% dos agrotóxicos comercializados no Brasil não tiveram autorização de registro ou foram banidos na União Europeia, como o Acefato, o Atrazina, Tricoflon, Thiran e Parationa.
A especialista disse também que é preciso muita atenção em relação ao novo marco regulatório para avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos, recém-lançado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que adota o padrão internacional Sistema de Classificação Globalmente Unificado (Globally Harmozed System of Classification and Labelling of Chemicals ; GHS).
Com a medida, os rótulos dos produtos passarão a ter seis tipos de classificação, em vez das quatro atuais: extremamente tóxico, altamente tóxico, moderadamente tóxico, pouco tóxico, improvável de causar dano agudo, não classificado (por não ter toxidade). (JV)