Em um ano de existência, o canal de atendimento Saúde Sem Fake News, criado pelo Ministério da Saúde, já esclareceu 106 notícias falsas por meio de mais de 11.500 dúvidas. Os dados são até 27 de agosto.
Entre as mensagens recebidas, vacinação se destaca como o principal tema. Mais de 25% das mensagens analisadas foram enviadas pelo estado de São Paulo, estado que mais registrou casos de sarampo. O Distrito Federal enviou apenas 6,27% do conteúdo. O atendimento é feito por meio de número no WhatsApp, em que qualquer cidadão pode enviar mensagem de texto ou arquivo multimídia contendo fake news.
"A propagação de informação errada sobre saúde é tão grave que pode até matar", pontua o Ministério. "Por isso, mantemos sempre a divulgação do Canal Saúde sem Fake News em destaque para que cada vez mais as pessoas tenham o conhecimento deste canal direto para o esclarecimento de suas dúvidas;.
O Brasil registrou 2.331 casos confirmados de sarampo em 13 estados, entre dois de junho a 24 de agosto, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 28 de agosto. Em São Paulo, que contabiliza 99% das ocorrências, três pessoas morreram por causa da doença. As vítimas foram um homem de 49 anos e dois bebês, um de nove meses e outro de quatro meses. O homem não tinha recebido nenhuma dose da vacina ao longo da vida, e tinha histórico de comorbidade, segundo o Ministério da Saúde.
Menores de um ano são o grupo etário mais vulnerável à doença, porque eles ainda não receberam prevenção contra o vírus. Por esse motivo, foi desenvolvida a dose zero, vacinação extra para crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. O Ministério da Saúde começou o envio de 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral a todos os estados, em 28 de agosto, para garantir a dose extra contra o sarampo em todo o público alvo. A tríplice viral combate o sarampo, caxumba e rubéola.
Segundo o Ministério da Saúde, a maior dúvida recebida no canal Saúde Sem Fake News, relacionado ao sarampo, é quem deve ou não receber a vacina. A resposta é que pessoas que já tiveram a doença na infância não precisam se vacinar novamente, a não ser que não se recordem ou não tenha em mão a carteira de vacinação. A recomendação é que a imunização ocorra novamente para prevenir.
O Calendário Nacional de Vacinação prevê duas doses a partir de 12 meses a 29 anos de idade e uma dose entre 30 e 49 anos de idade. De acordo com o Ministério, atualmente, a cobertura de proteção das crianças vacinadas é de cerca de 93% para a primeira dose e de 97% para a segunda.
O sarampo é contagioso e é transmitido de pessoa para pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar e respirar. Uma pessoa infectada pode transmitir para até 90% de seu círculo social. Os principais sintomas incluem febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. De acordo com o Ministério, o objetivo da ação de mobilização contra o sarampo é encerrar a transmissão do vírus com rapidez, para recuperar o certificado de eliminação da doença no Brasil. O número do canal Saúde Sem Fake News é (61) 99289-4640.
* Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader