Larissa Ricci/Estado de Minas
postado em 03/09/2019 14:36
[VIDEO1]Motoristas abordados por flanelinhas no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, além de serem extorquidos podiam ter os veículos arrombados pelos homens. É o que revelou a Polícia Civil em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira.
Ontem, seis homens foram presos suspeitos de praticarem o crime. O grupo abordava, principalmente, o público frequentador de casas noturnas da região. Eles atuavam na Avenida Mário Werneck, onde está uma das mais frequentadas boates de BH. Ruas no perímetro da avenida também eram o ganha-pão dos homens. Outros três estão foragidos.
As investigações começaram há dois meses. Conforme o Estado de Minas mostrou ontem, os pedágios variavam entre R$ 20 e R$ 50. Os motoristas eram forçados a pagar os valores adiantados. "E o valor dependia da pessoa e do movimento do local. Se era uma mulher, sozinha, eles se aproveitavam da situação de vulnerabilidade e cobrava mais caro", disse o delegado Flávio Grossi em coletiva de imprensa.
E o que chamou a atenção dos policiais é fato em que, mesmo após o pagamento, muitos carros eram arrombados. "Essa investigação começou devido ao grande número de arrombamentos de carros na região (...). Mesmo após o pagamento, se houve-se algo de interessante dentro do carro, eles (flanelinhas) arrombavam o veículo ou indicavam para terceiros quais seriam arrombados", disse.
Segundo a polícia, Paulo Afonso de Oliveira Júnior, conhecido como Morcegão, era o líder da quadrilha. Ele distribuía os capangas pelas ruas do Buritis. De acordo com o delegado, eles agiam de forma muito organizada. "Inclusive, usavam coletes refletores laranjas, que davam a impressão que era algo cadastrado pela prefeitura. O colete era usado para enganar", afirmou.
Além de Paulo Afonso, o Morcegão, a polícia prendeu Washington Martins Santos, Rodrigo Silva Bortot, Iury Ítalo Souza Melo, Cristiano Ribeiro da Costa, William Fernando Estevam. Os dois últimos, além do chefe da quadrilha, já têm passagens pelo mesmo crime. De acordo com o delegado, eles atuam na área há cerca de 2 a 3 anos. Eles podem responder por furto, formação de quadrilha e extorsão.
O investigador afirma que os guardadores de carro são profissionais cadastrados. "Eles não podem exigir, de forma alguma, algum valor mesmo sendo cadastrados", acrescentou.