Brasil

Bolsonaro na ONU depende de médicos

Viagem à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, será decidida após avaliação médica, na sexta-feira. Presidente, que deve falar sobre a Amazônia, pode enfrentar protestos na cidade, onde jovens de todo o mundo discutirão o meio ambiente

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 18/09/2019 04:13


O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) depende de avaliação médica, mas que ;tudo indica; que ela ocorrerá. Bolsonaro passará por uma reavaliação liderada pelo médico Antônio Macedo na sexta-feira pela manhã, no Hospital DF Star em Brasília. A previsão é de que a equipe médica se desloque de São Paulo às 7h.

;A viagem está praticamente definida, mas ainda sob análise da avaliação médica, que ocorrerá na próxima sexta-feira pela equipe do doutor Macedo. A recuperação do presidente é muito positiva, tudo indica que ele dará a confirmação e nós embarcaremos no dia 23 para Nova York;, afirmou Rêgo Barros. O principal tema do discurso de Bolsonaro deverá ser a Amazônia. O chege de governo, que tem sido criticado dentro e fora do país por sua postura em relação ao meio ambiente, pretende fazer um pronunciamento em defesa da soberania brasileira sobre a região.

O porta-voz destacou, ainda, que o presidente apresenta melhora clínica progressiva e segue as orientações médicas quanto a alimentação, fisioterapia, descanso, restrição de visitas e, eventualmente, de despachos.

A previsão é de que a comitiva de Bolsonaro saia de Brasília às 8h do dia 23, com chegada prevista para as 16h em Nova York. No dia 24, antes do pronunciamento, haverá encontro de Bolsonaro com António Guterres, secretário-geral da ONU. Segundo Rêgo Barros, não estão previstos outros encontros bilaterais. A partida de volta para Brasília ocorrerá no dia 25 com escala em Dallas, no Texas, onde o presidente encontrará representante de empresas de tecnologia. A agenda, no entanto, informou, poderá sofrer alterações.

Ativistas

Durante a estada em Nova York, Bolsonaro pode enfrentar protestos. Ativistas ambientais de diversos países estão chegando à cidade nesta semana para manifestações e para uma cúpula inédita de jovens que pretendem pressionar os líderes mundiais a aumentarem seus compromissos com a preservação do meio ambiente. Além da sueca Greta Thunberg, de 16 anos, outros 700 jovens dos Estados Unidos, sul-americanos, europeus, asiáticos e africanos participarão da primeira cúpula climática da ONU, no sábado.

Nos últimos meses, os jovens ;conseguiram mobilizar a opinião pública de uma forma impressionante, chamar a atenção sobre a emergência que estamos enfrentando e a urgência da ação;, disse à AFP o mexicano Luis Alfonso de Alba, enviado especial da ONU para a cúpula do clima 2019. Para a ONU ;não se trata só de escutá-los, mas de incorporá-los e de nos beneficiarmos de seu impulso;, afirmou Alba. Na próxima sexta-feira, antes de sua cúpula, os jovens participarão de um protesto pelo clima.

A sexta-feira se tornou o dia da ;greve escolar pelo clima;, uma iniciativa lançada por Greta Thunberg, em Estocolmo, no ano passado, que se espalhou pelo mundo inteiro. Nova York, que também sediará uma semana de eventos paralelos sobre o clima, autorizou que esses alunos matem aula. ;A melhor liderança que vi até agora é a dos jovens;, disse a nigeriana Amina Mohammed, subsecretária-geral da ONU.

Lava-Jato: R$ 1 bi
para a floresta

O ministro Alexandre de Moraes,
do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou ontem o acordo para destinar R$ 1 bilhão para a preservação da Amazônia. Os recursos têm como origem uma multa paga pela Petrobras às autoridades brasileiras após um acordo com os Estados Unidos. Moraes autorizou a transferência ;imediata; do dinheiro, que está depositado na Caixa Econômica Federal, para a conta única do Tesouro Nacional. Do total de R$ 1 bilhão destinado à Amazônia Legal, R$ 430 milhões devem ser repassados aos estados da região, levando em consideração a área desmatada e o número de focos de queimadas, entre outros fatores, como área territorial e população estimada.

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