Ingrid Soares
postado em 26/09/2019 18:03
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou na manhã desta quinta-feira (26/9) que a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, ocorrida na última sexta-feira (20/9) é ;lamentável;. Em seguida, ressaltou que, no entanto, o caso é de responsabilidade do governador local Wilson Witzel (PSC), não cabendo ao presidente Jair Bolsonaro emitir opiniões. Ele diz ser necessário esperar a perícia antes de apontar culpados.
"É lamentável, um negócio assim cruel. Você vê uma menina tomar um tiro dentro de uma kombi escolar. Mas, você vê, só chegaram à conclusão de que a munição é de fuzil. Não chegaram à conclusão de que fuzil era. A versão de que o tiro veio do policial não é necessariamente verdadeira. Você está dirigindo e toma um tiro por trás e já sabe quem foi? É complicado. A tendência é levar um tiro num veículo e se abaixar, entrar debaixo do banco. Essas coisas são complicadas tem que esperar alguma coisa que seja periciado e com fundamento científico;.
Na última sexta-feira (20/9), Ágatha estava dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, com a família, quando foi atingida por um disparo de fuzil nas costas. A PM diz que policiais trocaram tiros com bandidos. Já moradores contestam a versão. Segundo eles, os PMs atiraram em homens em uma moto e acabaram acertando a criança. Ágatha foi a quinta criança morta por bala perdida este ano.
[SAIBAMAIS]"Nós somos uma república federativa. Então, um acontecimento num estado, um estado como o Rio de Janeiro, se o presidente a cada dia for comentar os acontecimentos do estado, vai acabar cometendo um tipo de, sabe, estar se intrometendo onde não foi chamado. Isso aí é um problema do governador. Quem tem de falar sobre isso é o governador. A polícia é dele, o estado é dele, a situação está na mão dele, a apuração é feita lá",apontou.
O ministro ainda citou um caso em que um homem teria dito que foi torturado pelo Exército numa favela do Rio, mas após o caso ser investigado, chegou-se a conclusão de que havia sido torturado por traficantes do mesmo grupo.
"Incriminaram todo mundo. O Exército foi acusado de torturar o garoto. Aí daqui a pouco fizeram um levantamento, ele próprio contando, né, que estava de guarda num posto de venda de maconha lá deles. Ele vacilou e as forças de segurança chegaram onde não podiam chegar porque ele vacilou. Tava com namorada, dormindo, não sei o quê. Os caras quase que executaram ele, feriram todo. Na hora de contar a história ele contou que tinha sido os soldados que tinham feito o serviço nele. Foi provado [o contrário], e aí não sai em lugar nenhum", concluiu.