Agência France-Presse
postado em 28/09/2019 17:21
O grupo tradicionalista brasileiro Arautos do Evangelho foi colocado sob a tutela do Vaticano após uma investigação que revelou irregularidades no ;estilo de vida; de seus membros e na administração, informou a Santa Sé neste sábado.
Os Arautos do Evangelho foram fundados pelo brasileiro João Scognamiglio Clá Dias em 2001, sob o direito pontifício. Tratou-se da primeira associação de fiéis católicos criada no século XXI e foi aprovada pelo papa João Paulo II.
Em 2017, foi aberta uma investigação que, após dois anos, revelou ;lacunas sobre seu estilo de governo, a vida dos membros do Conselho (;), pastoral vocacional, formação de novas vocações, administração, gestão das obras e recuperação de recursos, acrescentou a Santa Sé.
A associação passará ;sob a autoridade de um comissário;, o cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida.
Na época em que a investigação foi aberta, um conhecido vaticanista, Andrea Tornielli, que atualmente chefia o dicastério (ministério) da comunicação da Santa Sé, assegurou que a associação estaria praticando exorcismos, seguindo seus próprios rituais e até conversando com o diabo, tudo sob a supervisão de seu líder, monsenhor João Scognamiglio Clá Dias.
Os ;Arautos;, presentes em vários países, são conhecidos por seu hábito marrom e branco, com uma grande cruz no peito, no estilo dos cavaleiros medievais.
;Scognamiglio Ciá Dias, o fundador dos Arautos do Evangelho, bem como seus padres, utilizam rituais de exorcismo fabricados por eles mesmos, porque acreditam que os da Igreja Católica, aprovados pela Santa Sé, são ineficazes;, disse ele na época Andrea Tornielli no blog ;Vatican Insider;, do jornal La Stampa, com o qual colaborava.
Outros meios de comunicação citaram ;estranhos cultos;.
Scognamiglio Cia Dias, que foi membro da associação tradicionalista TFP (Tradição, Família e Propriedade), deixou o cargo em junho de 2017.