João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 03/10/2019 16:16
O gesto de prestar continência é uma saudação militar para manifestar respeito aos superiores. Foi desta maneira que familiares de vítimas da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, agradeceram os militares do Corpo de Bombeiros. O encontro emocionante, que aconteceu dentro de um ônibus, foi filmado e o vídeo circulou nas redes sociais. ;A nossa esperança está em vocês;, disse uma mulher, mãe de uma das pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Vale.
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Dentro de um ônibus, a palavra é de uma mulher, familiar de uma das vítimas. Durante 37 segundos, ela é quem fala, olhando nos olhos dos militares. Os bombeiros, alguns sentados, outros de pé, escutam atentamente. Enquanto ela agradece e diz palavras em respeito aos militares, alguns não conseguem segurar as lágrimas.
;Então, viemos aqui agradecer e prestar continência, como vocês fazem ao encontrar um superior. Nós viemos prestar continência das famílias para vocês e dizer para continuarem com a gente, pois precisamos muito trazer esse acalento para as famílias. E nossa esperança está em vocês;, falou emocionada.
Buscas continuam
A tragédia deixou 270 mortos, sendo que 250 pessoas já foram encontradas, e outras 20 ainda são procuradas. As buscas seguem ininterruptas, mesmo oito meses depois do desastre. Nesta quinta-feira (3/10), 252; dia de trabalhos, 148 bombeiros estão envolvidos no serviço. Eles contam com a ajuda de máquinas pesadas e cães farejadores.
[SAIBAMAIS]E os trabalhos, que são complexos e demandam ajuda do setor de inteligência, vêm dando resultado. No último domingo, os militares conseguiram encontrar mais um corpo. Os restos mortais foram encontrados pela equipe em um local chamado de Remanso 4, por volta de 10h15. A vítima foi identificada Luciano de Almeida Rocha, 39 anos, que trabalhava em diversas minas na área de geologia. O cunhado dele, André Luiz Santos, também morreu no rompimento da barragem de rejeitos.
Dados da Polícia Civil mostram que em setembro a média foi de 1,3 casos por dia entregues ao Instituto de Criminalística, sendo que 1,06 solucionado diariamente, porém, a maioria das vítimas já tinha sido identificada anteriormente.