Agência Estado
postado em 03/10/2019 18:11
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta quinta-feira, 3, que vai retomar a oferta de 679 bolsas de pós graduação para programas com nota 4, em escala que vai de 1 a 7, na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A ideia, disse o ministro, é contemplar cursos de "regiões não-centrais", como estados amazônicos. As novas bolsas fazem parte do montante de 5.613 que não seriam renovadas, conforme anúncio feito no começo de setembro pelo governo. No último dia 11, o governo já havia recuado e anunciado retomada de 3.182, bolsas, mas para programas com notas 5, 6 e 7.
As bolsas liberadas agora serão ofertadas para programas nota 4 com tendência para serem enquadrados em faixas superiores. "A gente está selecionando alguns cursos com notas 'quase 5' para poder pulverizar um pouco a distribuição de bolsas. Serão ocupadas já agora", disse Weintraub.
Segundo o ministro, a ideia é conceder bolsas "sempre com mérito". "Mesmo sendo em Estado pobre, se o curso for muito ruim, não tem de ganhar bolsa. Isso é dinheiro do pagador de imposto que tem de voltar pra sociedade", afirmou.
A gestão Jair Bolsonaro vinha sendo alvo de críticas e protestos por causa do bloqueio de verbas para a ciência. A medida foi possível por costura com a equipe econômica para o descontingenciamento de R$ 270 milhões para a Capes, que alcança orçamento de R$ 3,7 bilhões no ano.
Para 2020, está previsto orçamento de R$ 3,3 bilhões, mas "ajustes podem ser feitos" para o valor chegar ao patamar deste ano, segundo Anderson Ribeiro Correia, presidente da Capes.
Segundo Correia, a distribuição das bolsas renovadas será feita da seguinte forma:
- mestrado: 271 bolsas, de R$ 1.500 mensais;
- doutorado: 304 bolsas, de R$ 2.200 mensais;
- pós-doutorado: 104 bolsas, R$ 4.100 mensais.
As bolsas anunciadas representam 40% do universo de auxílios concedidos para faixa 4, segundo a Capes.
No total, a Capes oferece cerca de 200 mil bolsas, sendo 92 mil para pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) e mais de 100 mil para a educação básica, como auxílios de iniciação científica.
Weintraub voltou a defender que não há bolsas congeladas pelo governo. "No começo do ano foram canceladas, e não voltarão mais, as bolsas que reitores tinham livre arbítrio para dar a quem quiser sem prestar contas. Essas bolsas todas acabaram", disse.