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Simpósio debate 1ª infância

postado em 04/10/2019 04:12

São Paulo ;
Reunidas desde ontem para o 8; Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, aproximadamente 300 pessoas discutem e refletem sobre equidade durante o período que vai do ventre da mãe aos seis anos de idade. O evento, organizado pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), continua hoje na capital paulista com especialistas do Brasil e do exterior.

;Temos 20 milhões de crianças até seis anos no país, das quais um terço vive em vulnerabilidade. E a gente tem que cuidar para resolver isso no início da vida;, destacou Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, uma das entidades apoiadoras do evento. ;Os bebês nascem iguais, com o mesmo potencial de se desenvolver. Se a gente mitigar essas diferenças logo no início da vida, a gente consegue avançar. Precisamos encarar esse debate com responsabilidade;, salientou.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, presente ao Simpósio, comemorou os resultados do programa de visitas domiciliares Criança Feliz, que, recentemente, foi premiado pelo World Innovation Summit for Education (Wise), painel de debates patrocinado desde 2009 pela Catar Foudation. ;É o maior programa de visitas domiciliares do mundo. A China está pegando informações com a gente para implementar um (programa) por lá;, destacou.

Segundo o ministro, o governo federal está convencido da importância do programa, que tem ganhado apoio ainda de outras entidades, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). ;A (ex-procuradora-geral) Raquel Dodge separou R$ 250 milhões recuperados pela da Operação Lava-Jato para a primeira infância;, observou.

O Criança Feliz, segundo o ministro, atingirá 1 milhão de crianças este ano. A expectativa é ampliar para 2 milhões em 2020 e para 3 milhões no último ano do governo Bolsonaro. O orçamento do programa este ano é de R$ 350 milhões. Em 2020, deve passar ficar entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões.

Ataque à desigualdade

Segundo Naercio Menezes Filho, doutor em economia pela Universidade de Londres, professor do Insper e da Universidade de São Paulo, mais da metade das crianças vive em situação fora do ideal no Brasil, o que atrapalha a formação de cidadãos plenos. Mas a primeira infância é a faixa etária em que, com investimento, tem mais potencial de quebrar ciclos de desigualdade.

Naércio admite que houve melhorias ao longo dos anos. Para ele, a função da pré-escola no combate à desigualdade é uma etapa tão importante quanto os programas de visitas domiciliares. ;Você pode atenuá-la de dois jeitos: na família, por meio de programas de visitas, e em pré-escola e creche.;

* A jornalista viajou a convite da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

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